Começa nesta segunda-feira a greve geral dos servidores da Polícia Civil (PC) no Rio Grande do Sul. A paralisação atinge 70% da PC (30% serão mantidos em cada órgão) só se encerra quando for integralizado o pagamento dos salários de toda a categoria, conforme decisão da assembleia geral de guinda-feira passada.
Serão atendidas ocorrências policiais de urgência e emergência relativas a flagrantes, e as com envolvimento de crianças e idosos, além do trabalho de recolhimento de cadáveres. Não haverá circulação de viaturas nem cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Em princípio, pelas informações extraoficiais do governo, a quitação dos 100% da folha dos funcionários públicos se encerra dia 17. Até a data prevista a greve deverá ser mantida, exceto se houver o pagamento dos salários antes do prazo especulado.
Entre os dirigentes da categoria a expectativa é de adesão total à greve. Os policiais civis já estão em operação padrão (cumprem estritamente determinações ligadas às suas atribuições). Ao todo o Estado tem 4,5 policiais.
“Quem não fez portabilidade está se endividando com operações de empréstimo, pagando juros, ao Banrisul”, lamenta o diretor da Ugeirm Sindicato dos Escrivães, Inspetores e investigadores de Polícia do RS, Edgar Guilherme da Costa Neto.
“Pedimos desculpas à população pela decisão da greve geral. Nossa situação é humilhante, não recebemos um tostão até agora”, critica o diretor da Ugeirm Sindicato. Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep) também reforma adesão à greve.
No texto, assinado pelo presidente delegado Cleiton Freitas, a Asdep vincula a decisão ao “não pagamento dos subsídios da categoria na data prevista na Constituição do Estado”. A Asdep fez as seguintes aos delegados recomendações enquanto a greve durar:
Deixem, excepcionalmente, de remeter Inquéritos Policiais, Termos Circunstanciados e Procedimentos para Adolescentes Infratores, exceto Autos de Prisão em Flagrante, Autos de Apreensão em Flagrante e Inquéritos Policiais envolvendo investigados presos.
A nota ressalta ainda que “o trabalho policial exige tranquilidade, dedicação, responsabilidade, entre outros atributos que um servidor público, impossibilitado de garantir o sustento de seus familiares pelo não recebimento de seu salário, dificilmente terá. Por isso, a Asdep entende e respeita a decisão que os agentes tomaram”.