O sistema de cogestão, previsto no modelo de distanciamento controlado do Estado, prevê uma maior flexibilização das atividades econômicas durante a pandemia de coronavírus no Rio Grande do Sul ao permitir que os municípios adotem regras mais brandas daquelas determinadas pelo Estado. “Nosso desejo é voltar à cogestão. Projetamos isso para após o dia 21”, anunciou o governador.
A medida está entre as propostas da Federasul para amenizar o impacto econômico da crise sanitária, como destacou o presidente da entidade, Anderson Trautman Cardoso. “É um gesto muito importante, se puder ser dado já na próxima semana, em acolhimento ao nosso pleito, e a retomada do comércio não essencial com a bandeira preta.” Leite informou que até sexta-feira deve definir as medidas a serem adotadas ao longo da próxima semana para, na semana seguinte (a partir do dia 21), voltar à cogestão e reduzir as restrições. “Se observarmos que a taxa de contágio estiver menor, queremos dar os passos com segurança na liberação de atividades nos diversos setores econômicos”, afirmou.
Na abertura do encontro, tradicionalmente realizado em meio a um almoço mas que em função da pandemia tem sido feito de forma virtual pelas plataformas da entidade no YouTube e Facebook, o presidente da Federasul informou que o setor produtivo investiu recursos para se adequar aos protocolos. E destacou: “Não é a atividade econômica que acelera a propagação da Covid-19, e sim as aglomerações e festas.” Cardoso ressaltou que as medidas de controle do Estado não se estendem aos locais em que há aglomerações. “Elas (as aglomerações) não têm ocorrido em empresas, mas sim em praias, casas de amigos e festas clandestinas. É aí que o Estado pode atacar”, sugeriu.
O vice-presidente de Integração da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, lembrou que os picos de lotação de leitos de UTI não têm correlação alguma com a liberação das atividades produtivas. “Mas sim com eventos específicos como as eleições, o veraneio nas praias, a sensação de que a pandemia havia ido embora, que tínhamos leitos sobrando, pois trouxemos pacientes de outros Estados, os jovens relaxaram, fizeram festas.” E questionou: “Não haveria espaço para liberarmos de forma responsável as atividades onde não há aglomeração de pessoas?”
O governador usou exemplos de outros países, principalmente europeus, que adotaram maiores restrições econômicas como medidas para restringir a circulação das pessoas e, consequentemente, a propagação do vírus. “O vírus vai ser parado com a vacina, quando a tivermos em abundância. Enquanto não paramos o vírus, temos de parar o meio de transporte do vírus, que são as pessoas.”
O presidente da Federasul destacou que, em países da Europa, o fechamento da economia funcionou, mas as pessoas não circularam. “Aqui é diferente, pois, mesmo com o comércio fechado, as pessoas seguem circulando.” Cardoso enfatizou que “a Federasul quer dar sua contribuição para a redução da contaminação, a ampliação dos leitos de UTI, a celeridade da vacinação e a pronta reabertura dos negócios”.
Fonte: Assessoria de Imprensa Federasul