A negociação de preço para a próxima safra de tabaco somente ocorrerá com a formação do custo de produção de forma conjunta com as empresas. Essa é a condição estabelecida pelas entidades representativas dos produtores durante a primeira rodada de negociação ocorrida nos últimos dias 26 e 27.
Motivo de impasse a cada ano, o custo de produção apurado pelas indústrias nesta safra variou de R$ 4,27 a R$ 5,44. Já dos produtores foi de R$ 5,60 a R$ 9,10. A maior diferença chegou a 6,21%. O índice é decisivo para a definição do preço a ser pago por cada empresa, sendo que somente uma delas, Universal Leaf Tabacos, apresentou uma proposta de cobrisse o seu próprio custo de produção. “Mais uma vez se repetiu o que aconteceu na safra passada”, lamenta o presidente da Afubra, Benício Werner.
Para o dirigente, não é mais possível continuar nesse formato de negociação. “Não tem como sentarmos e nos desgastarmos em discussão de preço. Precisamos sentar e formar a metodologia com cada empresa, acertar isso e ir a campo”, avalia. Ele afirma que o grupo possui condições de acompanhamento, visto que é formado por sete entidades.
Os produtores consideram inaceitável que as empresas apresentem reajuste abaixo do seu próprio custo de produção. “Nós não podemos aceitar simplesmente o aumento que foi nos oferecido e que fica abaixo da variação do custo de produção da própria empresa. Isso também faz com que cada vez mais a diferença das tabelas seja maior. Então precisa ter uma variação, um percentual de aumento maior do que a variação do custo de produção”.
NOVA RODADA
Nos próximos dias o grupo deve agendar uma nova rodada de negociação com as empresas. O encontro, segundo o presidente da Afubra, será com aquelas que realmente têm intenção de aproximar ou negociar um novo percentual de aumento. A formação da proposta dos fumicultores foi constituída pela média do custo de produção, apurado pela representação, com a apurada por cada empresa, mais o percentual de diferença entre as tabelas praticadas por cada empresa.
A Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco busca desde então padronizar a metodologia do custo de produção e unificar o levantamento dos dados para serem seguidos pelas empresas e a representação dos produtores. A comissão é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federações dos Sindicatos Rurais (Farsul, Faesc e Faep) e Federações dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep).