As compras para a ceia de Natal e no início do próximo ano terão impacto em virtude da quebra na safra, em especial de verduras e frutas. O cenário de redução é calculado em quase todo o Rio Grande do Sul, por conta do excesso de chuva dos últimos meses. Em Venâncio Aires dados atualizados pelo escritório da Emater/Ascar apontam para quebra de 35% na produção de hortaliças, e de frutas deve chegar aos 40%.
Além da elevação nos preços, a qualidade dos produtores também tem sido inferior. Conforme o chefe do escritório da Emater, engenheiro agrônomo Vicente Fin, a produção de verduras têm sido mais afetadas atualmente. Entretanto, as frutas terão impactos ao longo do próximo ano. “Isso ocorre pela fase inicial da produção, e maior quantidade de doenças que irão atingir os pomares ao longo dos meses,” explica.
As frutas também são acompanhadas pelo informativo quinzenal da Emater sobre os ciclos produtivos gaúchos, e na região, a situação também é de quebra na produção, em especial na produção de pêssego e cítricos. Conforme o documento “há alta incidência de podridão parda. As videiras apresentam ataque de míldio, exigindo tratamento fitossanitário. Caqui se encontra com incidência de antracnose. As oliveiras sofreram redução expressiva de azeitonas fixadas. Cultivares tardias de laranja estão em colheita e citros em geral em fase de formação de frutos. O morango ainda não apresenta boa produção e qualidade dos frutos, principalmente em decorrência de doenças foliares e botritis.”
Conforme o relatório de safra, em Venâncio Aires, a expectativa era de colher 1,4 mil toneladas de hortaliças em geral. Já a fruticultura projetava a colheita de 890,16 toneladas. De forma comercial a produção de frutas envolve 172 famílias. Já as hortaliças englobam 196 produtores.
“Houve perda geral em frutíferos, nas hortaliças, todas as folhosas acabaram tendo doenças, apodreceu muita alface, repolho, enfim, tomate com doenças. Tivemos perdas por um longo período de hortaliças e frutíferas, e bem como de feijão, que vai ter reflexo na mesa do consumidor, ou seja, pagar mais caro,” projeta Fin.
IMPACTOS
Conforme a Cooperativa de Produtores de Venâncio Aires (Cooprova), apesar do excesso de chuva e a previsão de quebra na produção, a entidade garantiu o abastecimento dos programas que integra, realizando a entrega de alimentos, além da manutenção das vendas na feira do produtor. A troca de mercadorias com parceiros também garantiu o abastecimento dos produtos, após redução na produtividade. A produção de morangos, entre os produtores cooperados, é a mais atingida, segundo a vice-presidente da Cooprova, Mônica Moraes.
“Um dos produtos que a gente sentiu falta na feira esse ano foi o moranguinho. Nossos produtores associados não conseguiram fazer feira, e esse ano eles não conseguiram, mesmo em época da produção, não conseguiram participar de nenhum dia na feira, por conta da produção muito baixa,” comenta.