A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) espera entregar na semana que vem ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) o primeiro milhão de doses de vacinas contra a Covid-19 produzido no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). A expectativa já havia sido anunciada após a chegada do primeiro carregamento do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), em fevereiro, e foi reforçada nesta sexta-feira, após a concessão do registro definitivo da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Segundo a Fiocruz, com a concessão do registro, a expectativa é que a agência libere, até o próximo domingo, os primeiros lotes de vacinas produzidos no instituto, o que possibilitará a entrega do imunizante. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, destacou que a concessão do registro definitivo marca um dia histórico para a instituição e para o Sistema Único de Saúde.
“Apenas seis meses após a assinatura do contrato de encomenda tecnológica, já iniciamos a, produção de uma vacina contra a Covid-19, baseada em uma das tecnologias mais avançadas no momento, e obtivemos o seu registro para ampla distribuição no país. A urgência que a gravidade da pandemia nos impõe fez com que todos os envolvidos trabalhassem incansavelmente e pudessem realizar em meses um processo que, normalmente, dura anos”, disse Nísia.
Em texto divulgado pela Agência Fiocruz, Nísia ressaltou que isso não seria possível sem o apoio técnico da Anvisa em cada etapa do processo de submissão contínua. A Fiocruz anunciou ainda que Bio-Manguinhos inaugurou nesta sexta-feira a segunda linha de produção da vacina, aumentando a capacidade produtiva. A previsão é que, até o fim do mês, 1 milhão de doses sejam preparadas por dia.
No texto, o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, reforçou a expectativa de que as entregas ao Programa Nacional de Imunizações tenham início na semana que vem, o que vai contribuir para o combate à pandemia no país. “O registro definitivo da vacina [contra] Covid-19 é resultado de intenso trabalho, em estreita parceria com a Anvisa, desde junho do ano passado, por meio de reuniões e envio de informações de forma contínua para que tudo pudesse acontecer com a maior celeridade possível”, afirmou.
A vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford é a 11ª vacina produzida em Bio-Manguinhos e fornecida ao PNI. Com o registro definitivo, a Fiocruz assume a responsabilidade técnica pelo imunizante, que a fundação destaca como seguro e eficaz.
Produção garantida até final de maio
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que receberá da AstraZeneca o dobro do número de lotes de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) previstos para março. Serão enviados da China, em março, quatro lotes de 256 litros cada, com quantidade de insumo suficiente para a produção de cerca de 30 milhões de doses de vacina. Com isso, a produção de vacinas na Fiocruz estará garantida até o final de maio.
CRÉDITO: Agência Brasil