A erva-mate vai estar em evidência na Capital do Chimarrão a partir do dia 1º de maio, quando inicia a 17ª Festa Nacional do Chimarrão. Mas nos negócios internacionais o produto também está em alta. As vendas no mercado exterior no primeiro trimestre de 2024 registraram o melhor resultado financeiro da série histórica, iniciada em 1997. A partir de Venâncio Aires foram embarcadas 1.616 toneladas com o produto.
O principal destino das exportações de erva-mate processada em Venâncio Aires é o Oriente Médio, especialmente a Síria. Só em 2024 foram US$ 2,70 milhões, com 1.380 toneladas enviadas. O país também liderou os negócios em 2023, com US$ 1,78 milhão em vendas, e 900 toneladas. O Uruguai é o segundo principal cliente da erva-mate fabricada em Venâncio Aires. Ao país vizinho, em 2024, foram US$ 229,1 mil em negócios, com 162,7 toneladas enviadas. Os dados são informados pela Secretaria Federal de Comércio Exterior.
O Oriente Médio passou a ser o principal parceiro comercial para o produto em 2023, com a formalização de uma parceria entre a Ervateira Elacy, de Venâncio Aires, e uma companhia argentina. Com isso, os negócios entre os países, com produto específico para o mercado consumidor sírio, passou a ser processado nas plantas da empresa venâncio-airense Elacy. Conforme o diretor, Gilberto Heck, o movimento positivo para o produto no mercado internacional vai também fomentar ampliações na planta industrial da empresa.
“Esse é o grande desafio para nós hoje, estruturar a empresa para manter esse volume e continuar em crescente, pois esse mercado está evoluindo muito bem. Um gargalo muito forte é que a erva mate que a gente exporta, nós temos que comprar e estocar ela por 12 meses para fazer até que ela mature, que ela chegue no padrão aceitável. Isso aí demanda muito espaço físico.” relata.
Heck afirma que investimentos estão previstos para garantir espaço produtivo específico para a exportação de erva-mate, a partir do aumento da demanda. “Hoje estamos em construção na nossa filial do Paraná, de um novo espaço com dois mil e cem metros de prédio. E para o final do ano, início do ano que vem, vamos ter que fazer alguns investimentos bastante pesados na nossa planta de processamento de Venâncio Aires,” explica.
MERCADO
O consumo de erva-mate na Síria é parecido com o argentino, segundo Heck. A embalagem é feita no país de destino, e para outras nações da região. “O produto é enviado em bolsas de 50 quilos, a granel, e já vai industrializada, e na Síria é empacotada. Além do país, ela é enviada para outros mercados vizinhos, no Oriente Médio. O consumo é parecido com o argentino, onde é individualizado. São cuias pequenas e cada um toma o seu. A erva não conta com nada de adição de açúcar,” comenta.
Apesar do crescimento nas exportações, o diretor da empresa afirma que o mercado gaúcho segue sendo o principal para a companhia. Além disso, a busca por matéria-prima para o processamento ocorre nos três estados do Sul. “A gente compra na região do Paraná, onde temos a filial, estamos com quatro secadores em operação lá e temos vários parceiros. Aqui também na região, onde a gente compra a canchada, classifica e manda para o destino. Em Venâncio Aires também tem uma boa participação nesse projeto de exportação, com matérias-primas venâncio-airenses,” destaca.
ANO
Os principais parceiros comerciais para a erva-mate processada em Venâncio Aires, além da Síria e Uruguai, também são a Bélgica, Itália, Argentina e Estados Unidos. Em 2023 também entraram na relação negócios com a Dinamarca e o Japão. A expectativa é de manter o crescimento no mercado do Oriente Médio, ultrapassando a marca dos US$ 5 milhões em vendas internacionais.
FOTO: José Fernando Ogura/AEN