Não é uma solução, mas pode ajudar a minimizar os efeitos das enxurradas e enchentes no território venâncio-airense. Prática comum em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e até em países asiáticos, a construção de piscinões para armazenar água da chuva e evitar elevação imediata de córregos, é um forma de diminuir os prejuízos. Anualmente a parte baixo do município sofre com algum tipo de alagamento. Está em estudo, em parceria com a secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan) e equipes da Prefeitura, a construção de estruturas que possam amenizar a situação das enchentes ao longo do arroio Castelhano. Além disso, estas estruturas poderão diminuir a poluição da água.
O plano parece audacioso, mas é viável, na opinião do secretário da Semma, Clóvis Schwertner. Também porque une além da proteção do município contra enchentes, medidas de decantação para eliminar parte da matéria orgânica da água do arroio. “Tudo está em estudo mas pode ser algo importante para o município. Inicialmente se pensa em piscinões na parte mais alta do arroio, para diminuir a velocidade de água em dias de chuva mais forte,” ressalta.
A Corsan também participa dos estudos e já indicou a possibilidade de compra de uma área de 20 hectares na parte baixa do município, no entorno da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Com isso, um local próximo ao leito do arroio poderá receber açudes de controle das enxurradas.
CUSTOS E AMBIENTE
Schwertner destaca o estudo além de apontar caminhos viáveis a infraestrutura, também indicará o custo para operacionalizar a estrutura. “Não temos esta avaliação ainda, é preciso que este tipo de investimento entre no orçamento da prefeitura. Atualmente a área urbana já possui bons mecanismos de drenagem, precisamos só evitar que os córregos subam rápido demais, durante as chuvas. Pensar medidas para controlar este volume é o caminho,” argumenta.
O prefeito Giovane Wickert (PSB), afirma que o projeto é inicial, mas poderá se aliar a outras ações. “Estamos em parceria com a EGR limpando galerias nas proximidades do arroio Castelhano, e queremos avaliar ações mais efetivas para minimizar os efeitos em dia de muita chuva.”
CONTROLE
Os reservatórios para controle de cheias – popularmente conhecidos como “piscinões” – são estruturas que funcionam para detenção ou retenção de água e têm finalidade de reduzir o efeito das enchentes em áreas urbanas. Sua atuação na bacia hidrológica de uma região, redistribuindo os escoamentos no tempo e no espaço, permite recuperar, em parte, as características de armazenagem dessa bacia.
Além de auxiliar no controle de cheias, os reservatórios urbanos, em alguns casos, podem ser usados para tratar a poluição carregada pela água nas cidades. No Brasil, os reservatórios para contenção de enchentes passaram a ser implantados na década de 1990.