Ciência, inovação, redução de danos e saúde pública estiveram em debate durante o 3º Fórum Novas Abordagens, em Nova Iorque. O Olá Jornal acompanhou o evento que reuniu 26 especialistas nesta segunda-feira, 23, nos Estados Unidos. Sob diferentes perspectivas, os painelistas foram unânimes em afirmar que os novos produtos de nicotina auxiliam na redução de danos do tabaco e que devem ser regulamentados de forma transparente e responsável pelos países.
O presidente do evento, ex-chefe do controle do tabaco na Organização Mundial de Saúde (OMS), Derek Yach, destacou a importância do tema uma vez que a prevalência de tabagismo ainda é alta no mundo e da responsabilidade sobre isso. “Podemos demonstrar através de nossas ações o poder do engajamento público privado em ciências, pesquisas e política, o papel crítico da sociedade civil o papel fundamental dos consumidores nos lembrando que nada deverá ser feito por eles sem serem intimamente envolvidos, assim como o importante papel de começar a pensar a longo prazo sobre o impacto que podemos ter nas vidas das pessoas durante os próximos décadas, dado que esta é uma epidemia crônica”.
Pontuou que o mercado ilegal é prejudicial para a saúde. “Temos 110 milhões de consumidores de bebidas, produtos de tabaco aquecido e bolsas de nicotina no mundo. Esse é o número legal. Sabemos que o número ilícito será substancialmente maior”, avalia.
Ao mesmo tempo, defendeu que os dados existentes são suficientes. “Agora sabemos que a terapia de substituição de nicotina e muitas outras medicações não estão alcançando os mesmos níveis de resultado para o fumante que estamos vendo com novos produtos. E enquanto todos queremos mais pesquisa, eu acho que devemos ser bastante confiantes que os dados que temos na mesa hoje já vão ter um impacto massivo na saúde pública”, declarou Derek.
República Tcheca, Nova Zelândia e Suécia apresentam casos de sucesso
O evento contou com a apresentação de casos de sucesso da República Tcheca, Nova Zelândia e Suécia. Os três combinam uma abordagem abrangente de redução de danos que conta com métodos tradicionais de controle do tabaco associados às mais diferentes categorias de novos produtos.
O especialista em política de drogas e conselheiro do primeiro ministro da República Tcheca, Jindrich Voboril, foi enfático ao defender a regulamentação. “A ideia de total abstinência não funciona. O que realmente funciona não é tanto a regulação, mas o mercado regulado. É isso que as pessoas querem, porque se você quer ser sucessivo em sua regulação, quando não é totalmente proibido, como sabemos, não é sucessivo de forma alguma, então você precisa olhar para o comportamento dos consumidores”.
A diretora do centro de excelência e pesquisa soberania indígena e tabagismo, Marewa Glover, falou sobre a expectativa da Nova Zelândia tornar-se livre de fumo em 2025, patamar atingido quando a prevalência de fumantes chega a 5% classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “E eu estou realmente surpreso que nós conseguimos isso e em um tempo muito rápido. A primeira vez que o governo monitorou a prevalência do vaping foi em 2015, 2016, então, gradualmente, os consumidores descobriram isso. E eles descobriram tudo sobre vaping”, conta.
A diretora e fundadora da plataforma Pare como a Suécia, Suely Castro, trouxe informações de como o caso da Suécia, que como a Nova Zelândia está prestes a ser considerada livre de fumo, pode ser replicado em outros países. “É uma plataforma comprometida a encorajar os países a adotarem a experiência sueca. A ideia atrás da plataforma é contar, especialmente vocês, em posição de poder decidir por outros, sobre a importância de permitir que as pessoas para ser capaz de ter e acessar escolhas e, o mais importante, fazer escolhas melhores para si mesmos,” destaque.