Escolas municipais trabalham com a prevenção do racismo

Olá Jornal
julho31/ 2018

A Secretaria de Educação nos últimos anos vem trabalhando com a prevenção do racismo no ambiente escolar, através de atividades e palestras realizadas com professores e estudantes da rede municipal.  Conforme, a coordenadora da área de cultura afro e indígena na secretaria municipal de Educação, Silvania Carvalho, são disponibilizados materiais didáticos para as escolas trabalharem a questão do racismo com os alunos.
“Cada escola trabalha de um forma, e inclusive incentiva a participação da família neste processo de prevenção e desconstrução do preconceito, pois o racismo não é algo íntimo, e sim social, por isso deve ser trabalhado com todos”, comenta.

Segundo Silvania, as escolas também possuem parcerias com a Ong Alphorria e Nego F. Club. “Eles entram nas escolas levando um pouco da cultura afro e valorizando estes imigrantes que muito influenciaram na construção do nosso país e da nossa cidade”.

De acordo com Silvania, o assunto ainda é presente e pertinente, que necessita ser dada atenção especial. “Muitas vezes o racismo se apresenta de forma velada, por isso precisa ser trabalhado constantemente com os alunos”.
Nos últimos três anos, apenas um caso de racismo foi registrado na rede municipal de ensino. “Isso mostra que o trabalho de prevenção é necessário, mas não quer dizes que casos de racismo não ocorram mais, eles apenas não são comunicados”, explica Silvania.

RECENTE
No início deste mês, um estudante da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) denunciou pichações de frases racistas em um banheiro da instituição. As mensagens foram apagadas, mas logo depois foram reescritas novamente.
Segundo Silvania, é lamentável que em pleno século XXl, depois de tantos trabalhos, cursos, leis, atividades realizadas nos educandários, ainda nos deparemos com este tipo de atitude em uma Universidade.

“A Unisc vem fazendo um trabalho de conscientização, há muito tempo, pois já em meados de 1995 abriu suas portas, para que nós do Movimento de Negro de Venâncio Aires em parceria com o Movimento Negro de Santa Cruz, fizéssemos formação de professores em suas dependências. Já nos dias atuais, muitos dos estudantes desta instituição também nos procuram devido aos trabalhos que realizamos”, explica.

Em nota oficial, a reitoria da universidade afirma repudiar todo e qualquer ato discriminatório. Também diz que deve acionar as autoridades policiais para apurar a autoria do crime.

LEI
Em dezembro de 2015 o Conselho Municipal de Educação através da resolução nº 02/2015 normatizou a lei nº 11.645, tornando obrigatório o trabalho da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena em todas as escolas do Ensino Fundamental do município.

Conforme Silvania, a lei também solicita parcerias com entidades que trabalham essas questões da cultura Afro-Brasileira e Indígena. Um deles é o projeto do Diário de Sabina e Curumim. Entre as ações também estão encontros com a Ong Alphorria.  “Procuramos ocupar estes espaços com professores e alunos, pois muitos deles apesar de morarem aqui desconhecem os grupos Afro e Indígenas. Por isso, levamos as organizações até a escola”.

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