Após sete meses das enchentes históricas no Rio Grande do Sul, as empresas de Venâncio Aires e o setor agrícola contrataram R$ 83,3 milhões em crédito para apoio. Os valores estão listados no painel de acompanhamento do Governo Federal. As ações fazem parte de pacotes de socorro anunciados pela União em linhas de financiamento com juros subsidiados. O acesso foi garantido para empresas e agricultores afetados pelos alagamentos e enchentes.
A maior parcela engloba recursos em financiamento repassados ao setor primário por meio do Pronaf/Pronamp (R$ 26,3 milhões), e o Pronampe Solidário (R$ 30,3 milhões). Outros R$ 22,2 milhões foram repassados às empresas em linha de crédito por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC). A iniciativa garantiu recursos para financiamento de investimentos e capital de giro, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), às empresas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Além disso, outros R$ 4,4 milhões foram repassados para empresas por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), financiado pelo Ministério da Educação (MEC).
ESTADO
No Rio Grande do Sul as empresas gaúchas atingidas contrataram pelo menos R$ 24,9 bilhões em crédito nos programas criados pelo poder público para acelerar a recuperação. A projeção, inicialmente, era de que pelo menos R$ 55 bilhões pudessem ser contratados. Entre as alternativas disponibilizadas, a mais demandada é a contratação via BNDES Emergencial, com R$ 16,85 bilhões já aprovados. O programa foi criado inicialmente prevendo contratações de até R$ 15 bilhões em crédito, com recursos provenientes do Fundo Social do governo federal.
Contudo, no início de novembro, o BNDES Emergencial recebeu mais R$ 5 bilhões, dos quais R$ 3,3 bilhões foram destinados exclusivamente a produtores rurais, cooperativas de produção agropecuária, cerealistas e fornecedores de insumos agrícolas. O BNDES Emergencial oferece três linhas de crédito aos interessados: uma para capital de giro, outra para investimentos em maquinário e equipamentos e uma terceira para investimentos estruturais. Destas, a mais solicitada é a de capital de giro, normalmente utilizado para quitar compromissos mais urgentes, com R$ 13,48 bilhões aprovados e 5,9 mil operações realizadas. A linha de maquinário e equipamentos teve R$ 2,42 bilhões contratados e 2,3 mil operações realizadas, e a de investimentos teve R$ 948 milhões em contratações e 83 operações até o momento.
PRONAMPE
O primeiro grande programa de socorro financeiro às empresas gaúchas estabelecido pelo Governo Federal após o início da enchente foi o Pronampe Solidário, anunciado em 09 de maio. Voltado a micro e pequenos negócios, e com aporte inicial de R$ 4,5 bilhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO), o governo projetava alavancagem de até R$ 30 bilhões em contratações de crédito. Até o momento, foram contratados cerca de R$ 3,32 bilhões, pouco mais de 10% desta estimativa.
Desde a enchente, foram realizadas cerca de 35,7 mil operações no âmbito do Pronampe Solidário no estado. O município que mais teve contratações foi Porto Alegre, com cerca de 6,8 mil operações e R$ 713 milhões em crédito contratado. Na sequência está Canoas, com 2 mil operações e R$ 192 milhões em crédito, e Caxias do Sul, com 1,9 mil operações e R$ 207 milhões em crédito contratado.
