Do chimarrão à sobremesa, pratos com erva-mate ganham destaque na 17ª Fenachim

Olá Jornal
maio10/ 2025

A 17ª edição da Fenachim, realizada no Parque do Chimarrão, segue até o próximo domingo, 11 de maio, reunindo atrações culturais, gastronômicas e econômicas. Um dos espaços que tem chamado atenção do público é o dedicado à erva-mate, ingrediente símbolo da tradição gaúcha, mas agora apresentado sob uma nova perspectiva: a culinária.

Quem conduz o espaço montado no chimarródromo, ao lado do Galpão Pedro Schwengber, é Ludmila Gallon, extensionista aposentada da Emater e entusiasta da gastronomia com erva-mate. Com mais de 60 receitas desenvolvidas ao longo de sua carreira, Dona Ludmila compartilha criações que vão muito além do chimarrão tradicional. “Meu projeto sempre foi mostrar que a erva-mate pode ir além da cuia”, explica.

A paixão pelas receitas começou em 2003, quando ela foi transferida para Ilópolis, cidade considerada a capital da erva-mate, justamente no período em que se organizava a primeira edição da Turismate. “Pensei: estou indo para a cidade da erva-mate, preciso contribuir com algo diferente. E assim criei meu primeiro suco com a folha verde”, relembra.

Desde então, Ludmila tem explorado o potencial do ingrediente em sucos, bolos, geleias, biscoitos, pães, e até bombons. Suas criações vão desde receitas simples, como o grissini de erva-mate, até combinações mais ousadas, como geleia de erva-mate com abacaxi, gengibre e pimenta, servida com carnes ou até mesmo harmonizada com sushi.

Aos 21 anos de aposentadoria, Ludmila segue ativa. Ela ministra oficinas, integra o Conselho Fiscal do Ibramate (Instituto Brasileiro da Erva-Mate) e já compartilhou seu conhecimento em cursos nos cinco polos ervateiros do Rio Grande do Sul. “Cada região tem uma característica própria com a erva-mate. É bonito ver essa diversidade.”

Durante a Fenachim, o público pode conhecer e degustar algumas de suas criações, pensadas especialmente para eventos com grande circulação. “Não consigo trazer tortas mais elaboradas, mas trago coisas simples e saborosas, como bombons, rapaduras e geleias artesanais.”

Com brilho nos olhos, Ludmila destaca que sua maior alegria é ver os jovens se interessando pelo uso da erva-mate na culinária. “Eu já tenho uma certa idade, mas fico feliz quando vejo novas gerações dando continuidade ao trabalho.” Um exemplo é Lucimara Dace, de Sobradinho, sua ex-aluna que hoje comanda uma confeitaria especializada em doces finos com erva-mate.

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