O escritório da Emater/Ascar, de Venâncio Aires, aponta que em 10 anos, houve queda superior aos 40% na participação do tabaco na renda geral do setor primário no município. O relatório traz uma tendência já divulgada por outras entidades ligadas ao setor produtivo do tabaco. Na prática, os números apontam que as propriedades rurais da Capital do Chimarrão, viram a participação de outras culturas agrícolas crescer na participação dos ganhos dos pequenos produtores.
No estudo liderado pelo engenheiro Agrônomo e chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, é verificado o crescimento da produção de proteína, de forma mais acentuada na década. Mesmo assim, o tabaco segue liderando os ganhos no campo em Venâncio Aires, levando em consideração a produção declarada por meio do bloco de produtor. Em 2010 a produção fechou em R$ 209.284.640,50, representando 74% de toda a comercialização do ano no setor primário. Como comparação em 2019, a produção rendeu R$ 141.580.548,53, representando 53% do total comercializado no ano.
Apesar da diminuição da participação da produção de tabaco na renda gerada pela agricultura no município, os valores globais não tiveram queda. Em média, por ano, são gerados R$ 250 milhões em renda no setor primário com as principais culturas agrícolas. “Este resultado positivo para o aumento da participação de outras culturas nas propriedades é fruto de trabalho iniciado ainda na década de 1990, com a extensão rural. Nos últimos 10 anos esta mudança ficou mais evidente, com incentivos da própria cadeia produtiva para a implatação de outros cultivos nas propriedades, além da fumicultura,” explica Fin.
A redução da renda gerada anualmente com a produção de tabaco vem das mais de 3,2 mil famílias que seguem com o plantio como principal fonte de renda.
PROTEÍNA
A produção de proteína foi a área agrícola com maior crescimento nos últimos 10 anos. A produção de suínos já representa em média 10% da renda global gerada no setor primário. Em valores anuais, as receitas alcançam os R$ 25 milhões por ano. Já a produção de aves, ganhou destaque recentemente. Se até 2014 esta produção não ultrapassava os 5% de participação na renda geral, a partir de 2017, dobrou a sua participação e manteve a média de 11% nas vendas globais, alcançando média anual de R$ 30 milhões.
QUEDA
Frente ao cenário de seca, enchente e pandemia, de forma geral o relatório da Emater/Ascar aponta para perdas globais de 30% na renda gerada pela agricultura em Venâncio Aires no ano. A maior redução será registrada no tabaco, que pode fechar o ano com receitas de R$ 107 milhões, a menor dos últimos 10 anos.
RECEITAS GERADAS COM O TABACO
Renda anual…………………………………………Representatividade*
2010 – R$ 209.284.640,50……………………………………….74,8%
2011 – R$ 183.465.658,00……………………………………….69,2%
2012 – R$ 125.606.710,26……………………………………….64,8%
2013 – R$ 137.274.930,74……………………………………….66,3%
2014 – R$ 129.466.056,48……………………………………….60,02%
2015 – R$ 129.707.601,54……………………………………….61,3%
2016 – R$ 114.728.914,23……………………………………….54,1%
2017 – R$ 151.981.090,09……………………………………….59,6%
2018 – R$ 150.824.136,25……………………………………….57,2%
2019 – R$ 141.580.548,53……………………………………….53,7%
2020 (parcial/projeção) R$ 107.907.256,51……………..64,9%
*percentual de participação nas vendas globais do setor primário de Venâncio Aires, com declaração tributária.