Celebrada mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água serve como um alerta anual sobre a importância da conservação e proteção deste importante recurso natural. Enquanto nas zonas urbanas a conscientização quanto ao desperdício é uma das principais formas de preservar a água, no campo a água potável para beber e para higiene pessoal não é a única preocupação: as lavouras também dependem da água e ela nem sempre cai do céu.
São várias as opções de irrigação para atender às mais diversas práticas agrícolas e sistemas de cultivo. No caso das lavouras de tabaco, as indústrias estão incentivando os produtores a adotarem formas de irrigação que sejam mais adequadas às realidades de cada propriedade com o propósito de minimizar eventuais prejuízos. Por exemplo, na safra 2020/2021 em que a falta de chuvas foi problema em muitas regiões, houve uma percepção ainda maior de que investimentos em irrigação são essenciais. Enquanto alguns produtores tiveram quebra de produção por causa da seca, aqueles que utilizaram a irrigação tiveram safras normais e até superiores às expectativas.
No tabaco, a tecnologia que vem despontando para mitigar o problema da falta de água é a fertirrigação. A técnica vem se tornando uma alternativa importante na agricultura por garantir os níveis de produção em épocas de estiagens. É um tipo de irrigação capaz de suprir as demandas hídricas das plantas em quantidade de água ideal e no momento certo para cada cultura, levando-se em consideração as condições de solo e de clima.
Segundo o assessor Técnico do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Darci José da Silva, trata-se de um sistema que realiza a irrigação e a adubação ao mesmo tempo, por meio de um sistema de gotejamento. “A fertirrigação consiste em um conjunto de mangueiras instaladas nas lavouras para gotejar a água e os fertilizantes necessários diretamente nas linhas de plantio e direcionadas às plantas, minimizando desperdícios. Na prática, a água da irrigação é usada também para transportar os fertilizantes e seus nutrientes diretamente aos locais necessários”, explica.
As vantagens são várias: além de permitir maior eficiência no uso da água e dos fertilizantes, há também redução na demanda de mão de obra. “É importante ressaltar que a aplicação dos fertilizantes via água de irrigação difere da aplicação via solo por acelerar o ciclo dos nutrientes. A fertirrigação segue princípios conservacionistas porque exige pré-requisitos que garantem a sustentabilidade, como análise e correção do solo, plantio em nível e com camalhão, além dos cultivos de cobertura do solo, destinados à proteção e melhoria das suas características físicas e biológicas”, complementa Darci.
O PRODUTOR RURAL CONTRIBUI COM A PRESERVAÇÃO DA ÁGUA QUANDO…
…Preserva a mata nativa nas margens dos rios e arroios – A legislação ambiental vigente estabelece a proteção da vegetação ciliar situada ao longo dos cursos de água. São as APPs (Áreas de Preservação Permanente). O produtor que preserva uma faixa no contorno desses cursos contribui de forma decisiva para evitar o assoreamento e a degradação ambiental, além de promover a implantação de práticas sustentáveis.
…Mantém os animais longe das nascentes de água – Bovinos, aves e suínos pisoteiam, causam compactação do solo e as fezes contaminam a água.
…Adota o plantio direto – Entre as vantagens de não lavrar e gradear o solo, está o controle da erosão. Esse tipo de plantio é feito diretamente sobre a palhada, diminuindo as perdas de água por evaporação e por escoamento superficial, pois aumenta a capacidade de infiltração de água no solo e protege a sua superfície contra o impacto da gota de chuva.
…Opta por sistemas de irrigação que utilizam menos água – No tabaco, um sistema já usado por muitos produtores é o gotejamento, que permite o uso controlado da água com aproveitamento mais racional dos recursos hídricos. São instaladas mangueiras com micro perfurações, que direcionam a água ao solo e ao vegetal cultivado, diminuindo os níveis de desperdício e perdas por evaporação.
CRÉDITO: AI SindiTabaco