Delegação brasileira se diz incomodada com restrição de acesso na COP7

Guilherme Siebeneichler
novembro08/ 2016

A decisão de proibir a circulação do público na área onde ocorre a 7ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, na Índia, gerou descontentamento na delegação brasileira. O embaixador do Brasil em solo indiano, chefe do grupo que discute o tratado, em entrevista coletiva, se disse contrário a restrição de acesso ao local do evento, mas concordou com a não participação de público em reuniões específicas.

Segundo Tovar da Silva Nunes a decisão de proibir a participação do público no evento tem sido criticada por delegações oficiais de outros países. Ao ser questionado sobre a posição do Brasil, inicialmente quando propuseram a restrição de acesso, o diplomata destacou que não houve debate suficiente sobre o tema. “Essa decisão foi tomada sem o devido debate, não é que o Brasil não se posicionou, foi uma votação rápida, mas estamos em um esforço coletivo para rever essa posição.”

A definição sobre barrar a participação da imprensa e do público das plenárias e reuniões paralelas foi proposta pela delegação da Tailândia, entretanto, quando colocado em votação, nenhum dos 181 países se posicionaram contra a medida.

Segundo o chefe brasileiro, há uma tentativa de reverter a situação e já está em discussão com o secretariado da convenção. “Esse tipo de medida dificulta até mesmo nós conversarmos com os demais representantes do Brasil, que não estão na delegação oficial, é nosso papel manter o diálogo,” argumenta.

DEPUTADOS FIZERAM PRESSÃO

Ainda nesta quarta-feira, 8, os deputados gaúchos que estão em Nova Delhi, Adolfo Brito, Pedro Pereira, Zé Nunes, Edson Brum e Marcelo Moraes, foram expulsos do espaço da conferência. Para pressionar medidas que possam reverter a situação e garantir a circulação da delegação paralela, formada por representantes das entidades dos produtores de tabaco, prefeitos e indústria, contatos com o governo brasileiro foram realizados. A tática aplicada é a mesma adotada em 2014. Questionar, por meio dos ministro, sobre as decisões tomadas na COP7, inclusive o apoio a restrição de acesso.

Contatos com os ministros Eliseu Padilha, Casa Civil, José Serra das Relações Exteriores, Blairo Maggi da Agricultura e Ronaldo Nogueira do Trabalho, foram realizados.

Guilherme Siebeneichler