O incremento de alternativas de renda para as famílias que têm o tabaco como principal fonte de renda, vem crescendo a cada safra. Na prática, a participação de outras culturas nestas propriedades representam o maior volume de receitas ao produtor. Conforme levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), na atual safra, 2020/2021, a participação do tabaco representou 42,93% do total gerado com a comercialização de produtos agrícolas. O percentual é menor que os 46% registrados na safra anterior (2019/2020). No atual ciclo de produção, outros 37,91% vieram da produção animal (frangos, suínos, bovinos e produção leiteira). Os outros 19,14% são oriundos de produção vegetal (soja, arroz, feijão, trigo, hortifrúti e reflorestamento). Os dados da entidade levam em consideração 95.808 propriedades rurais produtoras de tabaco, no Sul do Brasil.
Em Venâncio Aires as culturas agrícolas apontadas como forma de diversificação das propriedades rurais locais também despontam e há três anos representam mais da metade de todas as receitas geradas pelo setor primário. Conforme levantamento preliminar do escritório local da Emater/Ascar, até julho, as receitas geradas com o tabaco representavam 56,83% do PIB Agro da Capital do Chimarrão. Entretanto, até o fim do ano, as vendas de produtos de proteína animal e outras safras agrícolas, garantem maior participação nas receitas. De forma isolada, o tabaco segue sendo a principal fonte de receitas na agricultura local.
Em 2020 o Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA), fechou em R$ 292,7 milhões. O valor foi corrigido e incluído parte das produções que não tiveram emissão de notas fiscais. Ao longo do ano passado, a produção de tabaco representou 48,68% do total de receitas agrícolas da cidade.
A projeção do engenheiro agrônomo e chefe do escritório da Emater, Vicente Fin, é de crescimento nas receitas geradas pelas demais culturas agrícolas, e menor participação do tabaco ao longo dos anos. “O tabaco é ainda uma fonte importante, porém, a produção de frangos, suínos e de grãos tem crescido, principalmente pelos preços competitivos e as exportações. Com isso, devem ampliar a participação e diminuir o percentual da fumicultura,” destaca.
PROPRIEDADES
A pesquisa da Afubra também apontou o tamanho das propriedades rurais dos fumicultores. A maior parte (39%) são de propriedades de 1 a 10 hectares. Outros 25% englobam lavouras entre 11 a 20 hectares. O levantamento também aponta que 31.324 famílias produzem em menos de 1 hectare, ou seja, 23% do total analisado pela entidade.
Outros 9% são de propriedades com 21 a 30 hectares (12.650 famílias). Com 31 a 50 hectares representam 3% das lavouras analisadas. E apenas 1% do total são de propriedades com mais de 50 hectares (1.242 famílias).
PROTEÍNA
A segunda fonte de receitas na agricultura de Venâncio Aires envolve a proteína animal. O crescimento vem sendo registrado ao longo dos últimos cinco anos, garantindo a redução da participação da fumicultura no PIB do setor primário. Em 2020 a produção de suínos e aves, no município movimentou mais de 24,3 mil toneladas. O maior crescimento ocorreu no setor de frangos, com a implantação de aviários no município. Os investimentos ocorreram em parceria com cooperativas e novos devem ocorrer dentro de cadeias produtivas já em funcionamento.