Passados mais de 45 dias após a enchente histórica, que Venâncio Aires também contabiliza prejuízos, a ligação logística regional foi superada, porém ainda contabiliza demoras no fluxo. Agora, a demanda por crédito é a principal junto aos empresários venâncio-airenses para a retomada da produção a pleno. O acompanhamento é feito pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Caciva), que tem coletado informações junto aos associados.
O auxílio de crédito com juros reduzido para empresas do Rio Grande do Sul faz parte do pacote de medidas anunciadas pelo Governo Federal, para auxiliar empresários na retomada de atividades, em locais atingidos pela água, ou para aquelas cadeias produtivas que tiveram impactos com suprimentos. Conforme a gerente da Caciva, Lisete Stertz, a busca pelos recursos tem sido apontada como prioridade por empresas afetadas pelos eventos climáticos. “Agora o foco é a questão do reforço financeiro, que tem sido apresentado pelo Governo Federal, principalmente. A busca pelas linhas de crédito disponíveis, de acordo com a realidade de cada empresa.”
Conforme a gestora da Caciva, os programas de crédito para empresas gaúchas ainda são recentes, e têm sido abertos pelas instituições bancárias nos últimos dias. “A principal solicitação deve ser para a compra de máquinas e equipamentos, atingidos pela enchente. Como é recente, os bancos estão operando aos poucos e é importante o entendimento de cada linha de crédito, pois varia por demanda,” comenta.
Além das empresas atingidas diretamente, a Caciva também avalia as perdas resultantes do movimento reduzido por conta dos eventos climáticos, também no comércio local. “A gente entende que uma grande parte também foi afetada indiretamente, mesmo que não tenha prejuízo físico. Pela queda nas vendas, em datas comemorativas, como o Dia das Mães. Cada setor teve demandas diferentes,” analisa.
PRONAMPE
A principal linha de apoio, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) direcionado para empresas atingidas pela enchente no Rio Grande do Sul, já direcionou mais de R$ 1 bilhão. Esses contratos fazem parte das medidas anunciadas pelo governo federal já no primeiro pacote de apoio à reconstrução, em 9 de maio. Para reforçar o Pronampe, o governo federal realizou um aporte direto de R$ 4,5 bilhões para concessão de garantias no Fundo Garantidor de Operações (FGO).
A partir deste recurso, o governo projeta a concessão de crédito no total de até R$ 30 bilhões. As operações do programa solidário ao Rio Grande do Sul tiveram início por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que lideram as contratações de crédito. Posteriormente, Banrisul e Sicredi também foram autorizados pelo governo federal a operar a linha especial do programa. Os primeiros valores serão liberados até o fim da semana.
BENEFÍCIO
Os pequenos negócios localizados em municípios em situação de calamidade, que Venâncio Aires faz parte, podem contar com subsídio de 40% do valor do empréstimo. Isso significa que, ao contratar um crédito de R$ 100 mil, por exemplo, o empreendedor precisará pagar R$ 60 mil ao banco. Foi reservada a quantia de R$ 1 bilhão para garantir esse subsídio. Essas operações têm ainda dois anos de carência antes de começar o pagamento, e possibilidade de parcelar o valor em até 60 prestações. Os empreendedores poderão solicitar montante referente até 60% do faturamento do ano anterior, com um limite de até R$ 150 mil. Os juros são a taxa Selic mais 6%.
FOTO: Roberto Zacarias / SECOM