A British American Tobacco (BAT), controladora da Souza Cruz, por meio da sua subsidiária de tecnologia, a Kentucky BioProcessing (KBP), prevê para junho o início dos testes da vacina contra o novo Coronavírus (Covid-19) em humanos. Ao mesmo tempo, será dado início à fabricação das vacinas chegando a 1 e 3 milhões de doses por semana, a partir de junho, com os parceiros certos e o apoio das agências governamentais.
Por mais que a KBP seja uma operação comercial, a intenção é de que o projeto da vacina de COVID-19 seja não-lucrativo. No momento, a pesquisa está em fase de testes pré-clínicos. As folhas de tabaco não fazem parte da vacina em si. Em nota, a empresa explica que a KBP, clonou recentemente uma parte da sequência genética do Covid-19 que levou ao desenvolvimento de um potencial antígeno, que é uma substância que induz uma resposta imune no corpo e, em particular, a produção de anticorpos.
Este antígeno foi então inserido em plantas de tabaco para reprodução e, uma vez que as plantas foram colhidas, o antígeno foi então purificado, e agora está sendo submetido a testes pré-clínicos. Antígenos purificados são amplamente utilizados na fabricação de vacinas, como a vacina de Hepatite B, por exemplo. Essas são chamadas de vacinas acelulares ou de subunidades.
POTENCIAL
De acordo com os pesquisadores, as plantas de tabaco oferecem o potencial para um desenvolvimento de vacinas mais seguro e rápido, em comparação com os métodos convencionais. Potencialmente mais seguro, porque as plantas de tabaco não podem hospedar patógenos que causam doenças humanas. “Mais rápido porque os elementos da vacina se acumulam em plantas de tabaco muito mais rapidamente – 6 semanas em plantas de tabaco versus vários meses usando métodos convencionais”, afirmam.
TRABALHO
“O desenvolvimento de vacinas é um trabalho desafiador e complexo”, avaliam os especialistas. Em 2011, a KBP, produziu 10 milhões de doses sazonais de vacina contra gripe em um mês, em parceria com o Foods and Drugs Administration (FDA), órgão regulador dos EUA, similar à Anvisa no Brasil. Atualmente, a empresa tem um programa sazonal de desenvolvimento de vacinas contra gripe com o órgão americano. Em 2014/15, foi produzida a única fonte do tratamento do Ebola, zmapp™, usando tecnologia semelhante, à base de tabaco.
As expectativas de tornar a pesquisa de fato em uma nova vacina são boas, segundo a empresa, mas depende de vários fatores até chegar à produção de vacinas. “A KBP está envolvida com o FDA dos EUA e buscando orientação sobre os próximos passos. Também, engajando com o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido
e outros órgãos estadunidenses, para oferecer nosso apoio e acesso à nossa pesquisa, com o objetivo de tentar acelerar o desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19. Mas, ainda é cedo para tais medidas.”