Comercialização da safra 2024/2025 de tabaco avança de forma mais lenta, aponta Afubra

Olá Jornal
abril18/ 2025

A comercialização da safra 2024/2025 de tabaco segue em ritmo mais lento em comparação ao mesmo período do ano passado, especialmente no Rio Grande do Sul. A atualização foi feita por Fabrício Murini, tesoureiro da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Segundo ele, o atraso se deve a dois principais fatores: o início mais tardio da compra por parte da indústria e as condições climáticas desfavoráveis nos primeiros meses do ano. “Nos meses de janeiro e fevereiro, praticamente não choveu no Rio Grande do Sul, o que inviabilizou o manuseio, a classificação e o enfardamento do tabaco”, explica.

Atualmente, o Rio Grande do Sul registra cerca de 35% da safra comercializada. Em Santa Catarina, esse percentual já se aproxima dos 50%, número semelhante ao do Paraná, com 49%. Apesar do avanço nos estados vizinhos, o peso da produção gaúcha é o mais significativo, respondendo por 43% da safra total. Os dados levam em consideração informações coletadas até o dia 11.

Para efeito de comparação, no mesmo período da safra passada, o Rio Grande do Sul já havia comercializado cerca de 80% da produção, enquanto Santa Catarina e Paraná estavam próximos de 95%. Murini destaca que, além do início mais cedo da comercialização em 2023, a safra anterior foi mais curta devido a uma quebra na produção, o que intensificou a demanda da indústria e acelerou as negociações. Em relação à qualidade e produtividade, ele afirma que a safra atual apresenta características mais próximas da normalidade.

PRODUTIVIDADE
Mesmo com os desafios enfrentados ao longo das últimas safras, especialmente com os efeitos do fenômeno El Niño, a safra 2024-2025 tem demonstrado desempenho dentro da normalidade no que diz respeito à produtividade. Segundo especialistas, embora o El Niño tenha provocado certa deficiência produtiva, a qualidade do tabaco, em especial da variedade Virgínia que representa a maior parte da produção nacional, se manteve elevada.

Algumas regiões, como o Sul do país, foram particularmente afetadas por eventos climáticos adversos, como granizo e variações bruscas de temperatura. Isso resultou em menor produtividade e também em uma qualidade inferior em comparação a outras regiões produtoras.

Apesar desses contratempos, o setor aponta para um aumento de área cultivada nesta safra, o que pode gerar um impacto positivo no volume total produzido. A expectativa é de que, mantendo-se as condições climáticas estáveis até o fim do ciclo, os resultados sejam satisfatórios.

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