Com kit intubação em falta, HSSM muda protocolo para garantir suporte aos pacientes internados

Olá Jornal
março31/ 2021

O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) encara um dos momentos mais críticos da pandemia: a falta de medicamentos do kit intubação para Covid-19. Embora já estivessem escassos no mercado desde o início do mês, ainda havia disponibilidade de compra mesmo que a conta gotas. Agora, parte das medicações que compõem o kit estão indisponíveis, não sendo mais possível a aquisição.

O farmacêutico responsável técnico e coordenador de suprimentos do HSSM, Cássio Severo, explica que alguns fármacos sequer são cotados pelos fornecedores, o que significa que não estão a disposição para compra. É o caso dos bloqueadores neuromusculares Atracurio e Cisatracúrio, indicados para provocar o relaxamento muscular.
Segundo Severo, os estoques desses itens estão particamente zerados mantendo um patamar mínimo para casos de emergência. “Por isso a alteração de protocolos utilizando drogas que potencializam a ação dos anestésicos, por exemplo. Por enquanto ninguém ficou desassistido”, afirma.

O desabastecimento deve-se também ao bloqueio dessas medicações por parte do Ministério da Saúde para frear a aquisição desproporcional de algumas instituições via judicial. Devido a grande demanda, um dos principais fabricantes do país via-se obrigado a cumprir medidas judiciais que exigiam a liberação. Assim, a expectativa é receber uma remessa do próprio Ministério.

O kit é essencial para uso durante e após o procedimento de intubação dos pacientes mais graves. É formado basicamente por três classes de medicamentos: os analgésicos, os hipnóticos e os bloqueadores neuromusculares. O número de medicamentos que o compõe é variável, mas pode chegar a 30 itens, conforme o farmacêutico.

IMPORTAÇÃO
Uma alternativa em andamento desde a última semana é a aquisição conjunta via Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul. A entidade lidera negociação para aquisição de medicamentos importados, liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) devido ao desabastecimento nacional. A demanda do HSSM foi repassada nesta terça-feira, 30, à Federação. Já uma medida aprovada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) deve dar mais celeridade à definição de preços. A resolução cria um procedimento temporário e excepcional que, segundo a Anvisa, reduz drasticamente o tempo de distribuição aos hospitais públicos e privados do país. Para comercializá-los, basta que a empresa apresente o Documento Informativo de Preço à CMED.

FOTO: Divulgação/AI HSSM

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