Janeiro de 2021 poderá ser o pior mês da pandemia. Pior porque é neste momento em que os leitos de UTI não devem ser suficientes para atender a demanda com o aumento no número de casos previstos. A análise da infectologista Sandra Knudsen leva em conta o atual momento, considerado crítico, somado ao reflexo das festas de fim de ano na elevação de contaminados.
De acordo com a especialista, até agora se conseguiu evitar o colapso do sistema de saúde, principalmente na disponibilidade de leitos. No entanto, o sistema está sempre com lotação próxima ao máximo ou já lotados. “Estamos vivendo um momento crítico da epidemia. As projeções para janeiro não são boas. Assim, se as projeções de aumento de número de casos e necessidade de internações, principalmente em UTI, se confirmarem, infelizmente poderemos vivenciar a pior situação possível: não ter leito adequado para a gravidade do caso disponível para o paciente Covid. Esse sempre foi a nossa maior preocupação”, alerta.
Embora a chegada de 10 novos leitos de UTI amplie as vagas aos pacientes, a estrutura de atendimento exige ainda profissionais capacitados que já estão no limite. “Esse é o grande problema no momento. As equipes estão sobrecarregadas, cansadas e já trabalhando o máximo de horas possíveis. Vemos profissionais adoecendo todos os dias e não só de Covid”.
Para Sandra, a imunidade na população é o único jeito de acabar essa epidemia. E como adquirir essa imunidade? “Ou adoecendo (forma natural de adquirir anticorpos, correndo o risco de ser uma das pessoas que complicam) ou fazendo a vacina. Sabemos que a população está cansada das medidas restritivas, cansada de ouvir que precisam usar máscaras, que precisam evitar aglomerações. Mas, não há outro jeito”, explica.
FESTAS DE FIM DE ANO
A recomendação para o fim de ano é bom senso. A médica entende e valoriza o encontro e celebração em família, no entanto, ressalta que valoriza mais a vida e a saúde da sua família e amigos. “Portanto, que cada família use do bom-senso ao planejar esse momento, de forma a correr os menores riscos possíveis de alastrar ainda mais essa epidemia e fazer parte da estatística de casos que necessitaram de internação ou até mesmo de evolução para o óbito. Nada vai ser pior do que adoecer ou ver um familiar doente e não ter leito adequado para ele”, conclui.