A Câmara Setorial da Cadeia do Tabaco prevê prejuízo para o debate e a transparência da 9ª Conferência das Partes (COP9) e da 2ª Reunião das Partes (MOP2), sobre o Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco, com a realização dos eventos de forma virtual. O formato para as duas sessões integrantes da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, que ocorrem de 08 a 18 de novembro, foi anunciado na última semana após os encontros já terem sido cancelados em 2020 devido a pandemia.
Para o presidente da Câmara Setorial, Romeu Schneider, o formato online compromete a discussão das pautas e a transparência, já restritos no formato presencial. “Haverá menos transparência pois não permitirão o acompanhamento virtual, o que já não é permitido presencialmente. Na verdade nunca houve transparência devido ao impedimento do setor de ter voz e nem ser consultado sobre decisões”, avalia.
O diálogo era estabelecido pela embaixada brasileira no país sede, que intermediava encontros entre representantes do setor e a delegação oficial, o que não ocorrerá desta vez. “Quem toma decisão é a OMS (Organização Mundial da Saúde) e os países-parte se adaptam, mas sempre tivemos uma abertura importante com embaixador no país onde a conferência acontecia para poder, pelo menos, mostrar a nossa preocupação para as autoridades e essa possibilidade foi retirada”, lamenta Schneider.
Nesse sentido, o setor defende que os eventos sejam transferidos para 2022 presencialmente, ou que haja acesso aos debates virtualmente. “É uma oportunidade de as lideranças da OMS poderem mostrar que são transparentes”, conclui.