Caciva retira apoio à greve dos caminhoneiros e prevê perdas para o setor produtivo

A Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva) após realizar manifestações de apoio ao movimento grevista dos caminhoneiros na última semana, solicita o fim dos bloqueios e a liberação das vias, a partir de perdas já apontadas por empresários, inclusive de empregos.

Em nota oficial, a entidade empresarial, destaca que a mobilização tinha reivindicações legítimas, entretanto, atualmente o movimento conta com grupos que “aproveitam o contexto de vulnerabilidades” para promover o caos no país. Segundo o comunicado, o movimento tem trazido riscos à milhares de empregos, empresas, escolas e hospitais.

Inicialmente, a entidade promoveu mobilizações no centro da cidade na quinta e sexta-feira, 24 e 25 de maio. Uma das atividades paralisou o trânsito por cinco minutos na Osvaldo Aranha. Já na sexta, no início da tarde, o comércio foi convidado para fechar os estabelecimentos por uma hora. Além disso, parte das mobilizações ocorreram em conjunto com os caminhoneiros na RSC-287.

Um grupo de empresários, liderados pela Caciva esteve reunido com os gestores municipais para debater os problemas ocasionados pela paralisação dos caminhoneiros que já dura dez dias. Recebidos pelo prefeito Giovane Wickert, vice, Celso Krämer e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Nelsoir Battisti, os empresários apresentaram a situação, considerada crítica, e solicitaram apoio dos Gestores para encontrar soluções.

De acordo com o Presidente da Caciva, Vilmar de Oliveira, os problemas que agora são grandes vão se tornar gigantes na próxima semana, onde vão completar 15 dias de economia completamente parada. “Estamos aqui discutindo despesas, mas temos que analisar o que vem pela frente e o impacto que tudo isso irá gerar”, disse.

Com dias sem entrar recursos nos caixas, as empresas já começam a acumular problemas financeiros e não é descartada a possibilidade de demissão de funcionários e atrasos de salários. As seis indústrias representadas no encontro somam juntas cerca de 2,5 mil trabalhadores, e todas estão preparadas para possíveis cortes. “Não entra recurso nos nossos caixas, não temos como pagar servidores, não tem insumos para trabalharmos, será necessário medidas amargas para conseguirmos manter os trabalhos”, avaliou um empresário.

O Prefeito fez contato com o Presidente da FAMURS Salmo Dias no momento do encontro para relatar as dificuldades do setor. Em contato direto com o Gabinete de Crise do Governo do Estado, Dias está pontuando todos os problemas das cidades gaúchas para o Governador José Ivo Sartori. Wickert e a equipe do Gabinete de Crise Municipal já estão buscando apoio no Comando da Brigada Militar e com a Promotoria de Justiça para conseguir ajuda nos pontos de bloqueios da estrada para que os caminhões possam circular livremente. “Vivemos um momento em que precisamos unir todas as forças para mostrar que queremos um País mais justo, com condições mais igualitárias mas não podemos deixar de nos preocuparmos com a situação que estamos vivendo. Nossa indústria está sofrendo e o resultado disso será sentido pela classe trabalhadora que sofrerá na pele o reflexo do desaquecimento da economia e dos problemas das pequenas, médias e grandes empresas”, disse Wickert.

Além dos empresários, no início da tarde o Gestor recebeu um grupo de moradores que realizou uma manifestação no centro da cidade. Formado por trabalhadores, agricultores e até mesmo crianças e adolescentes, eles vieram reivindicar menos impostos aos cidadãos. Na sala de reuniões do Gabinete, o grupo debateu com o Prefeito os manifestos, as causas e consequências e ainda solicitaram que o Gestor envie aos Parlamentares Gaúchos as reivindicações deles. Com faixas e cartazes solicitando mais apoio da comunidade, os manifestantes demonstraram apoio a liberação das estradas mas garantiram a manutenção de atos em defesa da democracia, dos direitos e de mais qualidade de vida com menos impostos.

CONFIRA O COMUNICADO DA CACIVA:

A CACIVA – Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires na semana que passou manifestou o seu apoio à pauta da mobilização dos caminhoneiros, por entender que eram reivindicações legítimas e que toda a sociedade seria beneficiada com as suas conquistas, pois o valor do frete está diretamente ligado ao preço final dos produtos. No entanto, infelizmente, o que vemos agora, é uma tentativa de alguns grupos se aproveitarem do contexto de vulnerabilidade para promover o caos no país. Após a negociação entre governo federal e representantes do setor, o movimento tomou um rumo que traz a perda de controle das mobilizações, colocando em risco milhares de empregos, inviabilizando empresas, escolas e hospitais.

A CACIVA não compactua com esse tipo de movimento e pede que desbloqueiem as vias interrompidas e permitam a passagem ou saída dos veículos. Já temos perdas irreversíveis, que prejudicam milhares de famílias e com impactos negativos ainda não dimensionados. Acreditamos que a luta de todos pela melhora do nosso País é legítima e necessária e, que através do engajamento cívico responsável, através do voto, trabalho e participação associativa, poderemos ter o resultado esperado.

Guilherme Siebeneichler