O Brasil quer atingir a meta de 6% de prevalência de tabagismo até 2030. O objetivo é de reduzir em 40% o índice que em 2019 era de 9,8%. O anúncio foi feito pelo delegado permanente do Brasil em Genebra, Tovar da Silva Nunes,, durante a abertura da COP9. O diplomata lidera a representação brasileira durante os eventos na Suíça e falou em nome do país na cerimônia.
“Temos orgulho de estar entre as partes cuja prevalência nacional do tabagismo, nos últimos 15 anos, foi reduzida em 40%. O Brasil também reitera seu apoio à estratégia global para acelerar o controle do tabaco como parte de nosso plano de ação da estratégia nacional para o enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis 2021-2023”, afirma.
Nunes reafirmou o trabalho do Brasil de proteger os esforços nacionais para implementar as medidas das convenções contra a interferência da indústria do tabaco e lembrou que na COP7 a delegação brasileira voluntariamente entregou ao Secretariado da Convenção declaração de conflito de interesses assinada por todos os seus delegados. “O Brasil se orgulha por ter participado da construção da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco desde seu início e faremos esforços sólidos para garantir que esta política continue avançando nacional e internacionalmente defendendo a saúde e o desenvolvimento sustentável”.
Em 2019, o então ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou a meta de tornar o Brasil o 1º país livre de tabaco. Uma população livre de tabaco é definida como aquele com prevalência deste hábito menor que 5%.
UNIÃO EUROPEIA
A União Europeia (UE) também está na maratona. O objetivo é alcançar o patamar de em 20 anos ter menos de 5% da população usuária de produtos de tabaco. Até lá, um longo caminho terá que ser percorrido visto que dados de 2018 apontam que cerca de 29% dos europeus com mais de 15 anos fumam.
“Este é o objetivo mais ambicioso já anunciado para a UE. Para atingi-lo, estamos planejando fortalecer a estrutura para o controle do tabaco. Iremos rever as formas de tributação e as regras sobre as compras transfronteiras de tabaco”, afirma.
Além disso, o bloco se comprometeu em atualizar a recomendação do conselho sobre ambientes livres de fumo para levar em consideração novos produtos e de adaptar a diretiva de produtos de tabaco para torná-la adequada para
Reino Unido também corre e aposta em novos produtos
Mantendo posição de vanguarda em relação aos novos produtos de tabaco, o Reino Unido quer reforçar a migração de fumantes para produtos que consideram menos prejudiciais, como terapia de reposição de nicotina e cigarros eletrônicos regulamentados. “Estamos focados em evitar que os jovens comecem a fumar e ajudar os fumantes atuais a pararem de fumar. Nós também continuaremos a mover os fumantes para produtos menos prejudiciais, como terapia de reposição de nicotina e cigarros eletrônicos regulamentados”, revela.
Em outubro, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, em inglês) atualizou orientações que podem permitir que cigarros eletrônicos sejam prescritos para aqueles que desejam parar de fumar. Segundo a agência, em 2020, na Inglaterra, os cigarros eletrônicos foram o método mais utilizado por fumantes que desejam superar o vício. Foram a saída escolhida por 27,2% dos tabagistas ingleses no período, contra 18,2% que optaram pelo uso de adesivos ou chicletes de nicotina.
A migração “só deve ser feita sob uma estrutura regulatória robusta que evita que os jovens não fumantes os utilizem. Em breve estaremos publicando um novo plano altamente ambicioso de controle do tabaco”.
A Inglaterra anunciou em julho que quer se tornar livre do tabagismo até 2030, tornando-o obsoleto até 2030, com fumantes largando o cigarro ou passando a consumir produtos considerados de menor risco, como cigarros eletrônicos. Atualmente, 14% dos adultos fumam por lá, uma das menores taxas na Europa.
FOTO: Divulgação OMS