O trabalho pioneiro construído pela BAT Brasil (ex-Souza Cruz) ao longo de mais um século de atividades leva o tabaco brasileiro ao topo internacional. Líder no país, a mais antiga empresa do setor em solo brasileiro completou 120 anos nesta terça-feira, 25, com legado vitorioso para a cadeia produtiva que há 30 anos lidera as exportações globais, cuja atividade iniciou em 1969. Criadora do Sistema Integrado de Produção de Tabaco, edificou as bases da cultura por meio da relação de parceria com o fumicultor que chega aos 105 anos em 2023 e impulsiona o Brasil ao patamar de segundo maior produtor global.
A influência da companhia na força do tabaco brasileiro é reconhecida pelo presidente da Afubra, Benício Werner. “Se hoje a fumicultura brasileira tem destaque internacional – e por isso, também, é alvo constante de países concorrentes, que buscam denegrir nosso produto para conquistar o mercado -, é graças ao sucesso do sistema integrado, mantido pelas empresas, de cujo processo a Souza Cruz foi a precursora, e pelas entidades representativas dos produtores”, afirma.
ENGAJAMENTO
O engajamento do produtor em atender as boas práticas estabelecidas pelo sistema integrado trouxe empresa e setor até aqui. “Não fosse o trabalho árduo de seus produtores integrados, que se dedicam a produzir tabaco de qualidade e o fazem sem deixar de lado a sustentabilidade de sua propriedade rural, seguindo a orientação técnica da empresa, certamente o Brasil não seria reconhecido como maior exportador e segundo maior produtor de tabaco. Por isso, não só a BAT, mas todos os seus produtores integrados, merecem comemorar os 120 anos de consolidação da empresa mundo afora,” lembra.
IMPACTO
A introdução do tabaco do tipo Virgínia no Sul do Brasil e o início do programa de assistência técnica e orientação ao produtor rural, em 1920, são determinantes para a formação do mercado como é hoje, de qualidade e constância. “Se hoje nós temos uma fumicultura desenvolvida na nossa região no Sul do país, a BAT teve um papel muito importante. É uma empresa que sempre prezou pela organização, respeito ao produtor, por todos os investimentos que fez junto aos produtores acreditando na cadeia, acreditando na fumicultura. Foi pioneira e até os dias de hoje tem uma importância na produção, uma das empresas que sempre puxa a frente de toda e qualquer negociação e discussão da cadeia produtiva do tabaco”, avalia o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva.
JEITO DE FAZER
Com foco nos aspectos econômico, social e ambiental o sistema integrado moldou o jeito de fazer da companhia e de todo o setor. Referência na pegada de sustentabilidade, fortalece e é fortalecido por todos os envolvidos na cadeia.
Segundo o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke, este sistema modificou o uso das práticas agrícolas para adaptar o tabaco nacional à exportação. A partir da década de 1970, o mercado internacional ganhou força e a assistência técnica ao produtor facilitou a transformação liderada pela empresa, cuja continuidade em solo brasileiro é importante. “Foi a base do nosso crescimento e certamente continuará contribuindo para o nosso futuro para continuarmos no patamar que o Brasil chegou. Que continue firme aqui no Brasil porque é importante empresas grandes aqui. Por estar entre as maiores do mundo, é importante a continuidade até para que o Brasil possa continuar tendo essa importância que adquiriu”, avalia.
A criação do programa de diversificação de culturas nas propriedades rurais estimulando a produção de milho e feijão, em 1985, é mais um marco da empresa para o setor que passou a incorporá-lo por meio do Sinditabaco.
Da mesma forma, o início da assinatura dos termos de compromisso com Ministério Público do Trabalho, Ibama e Ministério Público do Meio Ambiente, entre 2008 e 2011, impulsionou as boas práticas socioambientais já iniciadas em 1982, com os programas Clube da Árvore e Hortas Escolares, e 1996, com a marca do plantio de três milhões de mudas de eucalipto junto aos produtores.
DESTAQUES ESG
ESG FARMS – lançado em 2021, o programa vem ao encontro com a estratégia da agenda global de ESG (termo em inglês que representa as ações de sustentabilidade considerando os pilares Ambiental, Social e de Governança). Busca desenvolver as propriedades integradas e torná-las mais prósperas e sustentáveis, em linha com as exigências de mercado e legislação. O produtor rural que adere à iniciativa pode implementar ou expandir ações relacionadas à rentabilidade e eficiência, produtividade e qualidade, legislação e sustentabilidade socioambiental.
ÁGUA E CARBONO – a operação de processamento de tabaco, em Santa Cruz do Sul conquistou, no ano passado, duas marcas históricas: o selo Carbono Neutro e a certificação Alliance for Water Stewarship (AWS), uma das maiores certificações globais para a gestão hídrica.
SOCIAL – o trabalho social também é marca da BAT Brasil que também é mantenedora do Instituto BAT Brasil. Desde a criação no ano 2000, o Instituto investe no empreendedorismo como ferramenta de autonomia e geração de renda para jovens, beneficiando mais de dois milhões de pessoas por meio de mais de 35 projetos realizados em parceria e com o apoio de 250 instituições.
FOTO: Marcos Bicca