Associação Internacional orienta produtores de tabaco a pedirem proteção aos seus governos na COP10

Olá Jornal
março21/ 2023

A Associação Internacional dos Países Produtores de Tabaco (ITGA, sigla em inglês) orienta os fumicultores que recorram aos seus governos para que a produção seja preservada de medidas restritivas que possam ser adotadas na 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Prevendo decisões de impacto no cultivo durante o evento antitabagista que ocorre de 20 a 25 em novembro, no Panamá, a entidade apela à proteção dos governantes daqueles países produtores, entre eles do Brasil.

O pedido de socorro foi formalizado durante encontro dos países produtores de tabaco das Américas, ocorrido de 26 de fevereiro a 1º de março, na Argentina. Leva em conta todo o contexto da produção somado a incerteza de continuar com a atividade devido aos ataques internacionais.

“A viabilidade dos produtores tem vindo a diminuir constantemente, com os custos de produção a disparar, a estagnação dos preços, e pressões regulamentares cada vez maiores. Como resultado, as associações membros da ITGA, apelam à proteção dos seus governos a fim de sobreviverem”, afirmam.
Além disso, reivindicam participação em debates que decidirão o seu futuro, como é o caso da COP10. “A ITGA insta as instituições internacionais a respeitarem os produtores de tabaco, que são uma parte legítima através dos seus representantes, e a incluí-los em debates globais onde o seu futuro está a ser decidido”.

VIGILÂNCIA
Para a diretora-executiva da ITGA, Mercedes Vázquez, uma decisão de maior impacto ainda não foi tomada devido a vigilância das entidades envolvidas na cadeia produtiva. Um exemplo é a mobilização empenhada em 2012 para impedir a aprovação de redução da área plantada sugerida na COP5 em Seul, na República da Coreia.

“Até agora temos conseguido travar essa parte, mas temos que nos proteger do resto, temos que estar atentos. Se isso viesse de fato a ser de alguma forma sugerido, penso que em um país como o Brasil haveria uma grande movimentação da cadeia de valor e seria muito difícil chegar a ser implementado. Aí é a voz do setor com os legisladores locais e com o seu governo, onde as decisões são tomadas, onde se tem que chegar”, afirma.

Mercedes refere-se à responsabilização do tabaco por questões sociais (trabalho escravo e infantil) e ambientais (emissão de carbono, poluição plástica das bitucas) apresentando estudos buscando ligar o setor a problemas climáticos mundiais. A estratégia é relacionar o marco regulamentar aos objetivos sustentáveis da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU).

“Como o convênio marco padece de um mal que é a falta de financiamento, eles têm ido à procura de contextos ligados a ONU e seus objetivos para manter os fundos e manter essa plataforma impressionante de ONGS que mantêm em todo o mundo. A forma que têm encontrado é lidar com o impacto do tabaco em diferentes situações que vai desde os direitos humanos, mudanças climáticas, degradação do solo, uma listagem sem fim que estão tentando promover”, alerta a diretora-executiva da ITGA.

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