A Assembleia Legislativa gaúcha terá uma subcomissão em defesa da cadeia produtiva do tabaco e de acompanhamento dos trabalhos da 10ª Conferência das Partes (COP10) Convenção-quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). A proposta do deputado Marcus Vinícius (PP) está em análise na Comissão de Agricultura e a instalação deve ser votada até a próxima semana.
Eleito pela primeira vez com 30.894 votos, é natural de um município produtor de tabaco, Sentinela do Sul, onde foi prefeito por dois mandatos e também vereador mais votado aos 21 anos na época. Em 2005, com 22 anos, considerado o prefeito mais jovem do Rio Grande do Sul e do Brasil. Aos 26, foi o mais jovem prefeito a comandar a a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). Durante seu segundo mandato, Sentinela do Sul foi o quinto município com o maior crescimento do PIB em 2011, com um avanço de 42,1%.
O jovem deputado chega ao parlamento com ideias novas (veja página 6) entre elas formar um grupo de oito parlamentares que conheça a produção e tenha afinidade com o tema para percorrer o estado levantando demandas, ouvindo o setor e listando as prioridades. Com os dados, produzir um relatório final no prazo de 120 dias para que seja apresentado entre agosto e setembro, quando se forma a posição do país sobre o tema.
“Promover um encontro com esses agentes políticos nacionais que provavelmente serão os únicos que terão acesso a COP para que, ao participar deste movimento lá no Panamá no mês de novembro, o governo brasileiro não se omita de fazer a defesa da nossa produção. Ele não se acovarde de dizer o que representa o setor produtivo do tabaco em números de empregos, de famílias atuantes, o que isso tem de reflexo para todos nós”, explica Marcus Vinícius.
Para isso, pretende mobilizar os colegas deputados dos demais estados com maior produção Santa Catarina, Paraná e Bahia. “Nós temos que estar com a nossa posição unificada, firme desde aqui da nossa base sensibilizando os ministérios que terão acesso ao evento e aí sim se o governo brasileiro, através de seus representantes, se omitirem na defesa dessa commoditie vai estar se omitindo realmente de defender uma série de empregos, de pessoas que dependem dessa cadeia. Queremos subsidiar esses ministros e deixar uma posição formada mesmo daquilo que a gente entende importante. A gente quer ter uma estratégia de atuação diferente do que aconteceu em outros anos de forma organizada e alinhada com os outros três estados da nossa federação”, avalia.
DIÁLOGO
O deputado pretende ir além e garantir que a classe política esteja pela primeira vez no evento. “Os movimentos até agora sempre foram importantes, a presença de deputados no evento sempre foi importante mas ficar do lado de fora somente fazendo pressão não gera o resultado que a gente quer porque são muitas vezes ONGs antitabagistas com financiamento internacional pouquíssimo tolerante ao debate de países que não são produtores, que não têm a mesma preocupação”.
Destaca a importância do produto que garante ao país a posição de maior exportador e segundo maior produtor mundial. “Tabaco não é um produto que deve ser desconsiderado na economia e balança comercial do nosso país. É uma commoditie muito importante embora o Brasil não tenha orgulho e nem o cuidado de enaltecer o que ela representa para nós”.
Durante a reunião de apresentação da proposta a deputada Kelly Moraes (PL) e os deputados Adolfo Brito e Aloísio Classmann (União) defenderam a cadeia produtiva que, somente no RS, abrange cerca de 70 mil famílias produtoras.