Se em nível nacional, o agronegócio foi o único setor com crescimento na geração de riquezas, frente ao cenário de pandemia e desaceleração da economia, em Venâncio Aires, a movimentação financeira do campo não deve registrar tanta força, ainda por reflexos da estiagem vivida pelo Rio Grande do Sul, até o fim do primeiro trimestre. Por outro lado, há chances, segundo avaliação do escritório local da Emater, de recuperar os indicadores do ano passado, ou parte deles.
No Brasil, o crescimento de 1,2% da atividade no segundo trimestre, na comparação com igual período de 2019, e de 0,4% em relação aos três meses imediatamente anteriores, evidenciou a capacidade de superação, resiliência e qualidade do setor agrícola. As contribuições positivas da agropecuária referem-se às culturas de soja (5,9%), arroz (7,3%) e café (18,2%).
As exportações em geral do agronegócio também foram fundamentais. Enquanto as vendas externas totais do país caíram 7,4%, as do agronegócio subiram quase 10%. Destaque para carne bovina, cuja comercialização ao exterior aumentou 25,7% no primeiro semestre, quando a agropecuária também teve desempenho positivo no comércio externo, de 1,6% em relação ao mesmo período de 2019.
Pois é nestes segmentos, menos o café, que Venâncio Aires tem visto o aumento da renda no campo. Com mais de metade das receitas geradas pelo campo, ligadas a produção de tabaco, o restante é dividido no polo da proteína animal, produção de soja e arroz. E estas culturas, com aumento de preço, poderão colaborar na recuperação de perdas geradas no início do ano em função da seca.
NÚMEROS LOCAIS
No relatório atual da Emater/Ascar, as receitas de Venâncio Aires por meio do Valor Bruto da Produção Agrícola não tiveram aumento, desde julho. Atualmente as movimentações somam R$ 166,05 milhões. Entretanto, o valor atual é uma projeção e deverá sofrer alteração por meio das vendas geradas pelos blocos de produtores e lançamento de notas.
“A agricultura de Venâncio ainda tem chance de recuperação dos valores globais, com as vendas geradas na safra de soja, arroz e proteína, principalmente pelo aumento dos produtos. A diferença entre o ano passado, para o atual, deverá ser menor até o fim de dezembro,” explica o engenheiro agrônomo e chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin.
Ao longo de 2019, a renda gerada no campo venâncio-airense somou R$ 263,2 milhões. Com mais de 7 mil propriedades rurais instaladas em Venâncio Aires, a produção agrícola tem importante participação na geração de renda. O setor primário possui participação de quase 17% no retorno de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do município. Com o início das operações do Condomínio Avícola, da Cooperativa Cosuel, em Linha Harmonia, também haverá crescimento na renda geral da agricultura de Venâncio Aires. O incremento projetado é superior aos R$ 200 mil, só na unidade, por ano, em retorno fiscal.
FOTO: Divulgação/AI Dália