O custo da próxima safra de tabaco está sendo apurado pela Afubra. A primeira etapa iniciou no dia 15 de junho nas lavouras da região do litoral e as demais foram visitadas a partir do dia 25. A região sul, por ter uma produção mais tardia devido aos microclimas, ainda não recebeu a equipe técnica que faz os levantamentos sobre todas as despesas que envolvem a produção de tabaco. Entre os principais itens apurados estão custos com mão-de-obra, que chegam a 53%, e insumos, que representam 17%.
Esta é a primeira vez que os valores serão apurados conjuntamente entre produtores e uma das empresas, a Souza Cruz. O presidente da Afubra, Benício Werner, explica que cada setor faz seus levantamentos e que após cada etapa haverá um encontro entre as partes para identificar os valores. ‘A partir daí, se der diferença em algum item, vão representantes dos dois lados somente na região onde não fechou para ver o que há de diferente’. Para Werner, esta é a forma mais adequada de verificar os números e eventuais diferenças.
PREÇO
Motivo de impasse para o reajuste do preço da safra, a fórmula conjunta de verificação foi sugerida na última negociação entre produtores e indústrias devido as diferenças nos valores apurados. Alegando terem constatado um custo de produção mais baixo, as empresas acabaram não concedendo o reajuste solicitado pelos produtores de 4,7%, sendo 2,7% a variação no custo de produção.
Apesar das divergências a Souza Cruz foi a única que assinou o protocolo com os produtores. O presidente da multinacional no Brasil, Liel Miranda, afirmou em entrevista coletiva concedida em abril, compromisso com o Sistema Integrado e com a sustentabilidade do setor que causa impacto social e econômico na região. ‘Se existe uma pressão de custo a gente tem que entender e chegar a uma conclusão juntos porque é um Sistema Integrado, uma parceria de longo prazo e somos absolutamente comprometido com isso’.
Werner espera que não haja diferença nos percentuais para que as discussões de reajuste da próxima safra envolvam apenas o preço. ‘Só queremos negociar preço’. O levantamento deve ser concluído em novembro.