Menor área plantada e maior qualidade no tabaco entregue para a indústria. Esta é a projeção da Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA em inglês) para o mercado nos próximos 30 anos. Um encontro com os países americanos membros da entidade ocorreu nesta sexta-feira, 24, na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
O mercado de compra e venda de tabaco deverá sofrer modificações significativas nos próximos anos. A estimativa é do Chefe Executivo da ITGA, António Abrunhosa. A qualidade do tabaco será o ponto principal de compra, também em virtude do crescimento nas vendas dos aparelhos sem queima por combustão dos cigarros (iQOS e Ploom). “É um novo mercado que está sendo explorado, a qualidade do tabaco para a fabricação deste cigarro será muito maior.”
Para o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, a tendência de diminuição na área plantada já é verificada, pela diminuição do consumo. “Quanto a qualidade do produto, a indústria terá que informar que tipo de tabaco será usado nestas novas tecnologias. É algo novo e que nós também teremos que nos adaptar.”
Durante o encontro da associação, que reuniu representantes da Argentina, Colômbia, República Dominicana, Estados Unidos e Brasil, foram apresentados dados sócio-econômicos dos produtores de tabaco brasileiros a partir de pesquisa realizada pelo Sinditabaco e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
MERCADO GLOBAL
Atualmente a ITGA reúne 30 milhões de produtores em 25 países. O mercado chinês corresponde a 46% da produção. Conforme o presidente da associação, o norte-americano, Daniel Green, o consumo de cigarros no mundo está diretamente ligado ao mercado da China. “Somos muito suscetíveis aos chineses, mas cabe lembrar que são consumidos por ano mais de 5,6 trilhões de cigarros por ano no mundo, é um mercado em potencial, apesar do declínio de consumo de 1,8% entre 2014 e 2015.”
COP 8
A 8ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco ocorre em Genebra na Suíça, em 2018. Sem detalhes da pauta de discussões, a entidade quer garantir participação nas decisões. Entre as medidas estão as expectativas por novas regulamentações dos produtos de fumo nos Estados Unidos, o governo Trump tem sinalizado diminuição das restrições, o que acaba influenciando no mundo.
A luta contra o contrabando de cigarros também ganhará força. A Amprotabaco quer reunir deputados, prefeitos e cobrar ações mais efetivas do Governo Federal.