O presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu nesta segunda-feira, 9, dar continuidade ao processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff, após rejeitar a decisão do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), revogada depois por ele próprio, de anular as sessões que aprovaram a admissibilidade do impeachment naquela Casa.
Com isso, foi lido o resumo do parecer da Comissão Especial de Impeachment pela admissibilidade do processo. Agora, há um prazo de 48 horas até que se possa realizar a votação da matéria no Plenário do Senado. Ao anunciar sua decisão, Renan explicou que não poderia interferir nos discursos proferidos pelos deputados, antes da votação naquela Casa, no dia 17 de abril. O anúncio de votos e a orientação partidária foram argumentos citados por Waldir Maranhão para anular a sessão.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) destacou que a admissibilidade de abertura de processo contra Dilma foi decidida de forma soberana por 367 deputados. Segundo ela, o presidente interino da Câmara não pode anular decisão da própria Casa “com um canetaço”. A senadora disse ainda que não procede a alegação de que os líderes partidários na Câmara não poderiam orientar as bancadas na sessão que aprovou a abertura de processo contra Dilma.
Revogação
No início da madrugada, o presidente interino da Câmara dos Deputados decidiu revogar a sua decisão de anular as sessões daquela Casa – dos dias 15, 16 e 17 de abril – que aprovaram a admissibilidade do processo por crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff. A decisão foi encaminhada por ofício ao presidente Renan Calheiros. (Agência Senado) – Foto: Moreira Mariz