O maior mercado consumidor de tabaco é a China, para lá também vai a maior parte do produto processado em Venâncio Aires. Os dados foram divulgados pelo governo chinês no fim do mês passado. Atualmente, a estimativa do Centro de Investigação o Desenvolvimento da Saúde de Pequim é de que 316 milhões pessoas sejam consumidores de cigarros. Entre 2010 e 2015 houve um incremento de 15 milhões de fumantes ativos.
Em outubro de 2005 o governo chinês iniciou as participações na Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP), entretanto não ratificou o protocolo. O acordo global busca diminuir o consumo do cigarro, a partir de restrições a publicidade, bem como, a maior fiscalização de comercialização e aumento de impostos do produto, em uma tentativa de diminuir a comercialização.
Ainda em 2012 novas ações foram estipuladas por Pequim para reduzir o número de fumantes do país. Há cinco anos 28.1% da população chinesa era fumante, a meta para 2015 era de reduzir este percentual em 3%, entretanto houve queda de apenas 0,4%.
OPORTUNIDADE
Para o presidente da Câmara Setorial do Tabaco, prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus, o poder de consumo na China tem crescido nos últimos anos, e a população tem consumido outros produtos. “O cigarro é um deles. As campanhas antitabagismo tem seus efeitos positivos, mais atualmente com maior capacidade de compra, a população do país tem procurado produtos que antes não tinham acesso.”
Segundo Artus, a tendência é de registrar mais crescimento nos próximos anos, e para ele, levando-se em consideração aspectos econômicos, abre oportunidades para as indústrias locais. “Este movimento precisa ser aproveitado. Há mercados para os nossos alimentos e para o fumo. Precisamos levar isso em consideração,” ressalta.
PRODUTO LOCAL
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, as políticas de incentivo a qualidade do produto produzido na região, garantem a parceria com as empresas chinesas. “Nós mandamos para fora o melhor tabaco do mundo, e isso garante credibilidade. Cerca de 40% do tabaco utilizado no planeta é produzido e processado no Brasil.”
Conforme Schünke, a China está na fase inicial das políticas de restrição ao consumo de cigarro. “Se esta confiança no nosso produto for mantida teremos condições de atender o mercado asiático por mais um tempo. Hoje, 95% da nossa produção é exportada, o governo brasileiro precisa garantir incentivos para que esta cadeia continue gerando riqueza.”
MERCADO
A China absorve 30% dos produtos exportados por Venâncio Aires, sendo que 90% é tabaco. O comércio com o país asiático gerou US$ 160 milhões ao longo do ano passado.