UGT prepara propostas para levar ao Congresso

Guilherme Siebeneichler
fevereiro15/ 2017

A União Geral dos Trabalhadores (UGT) está mobilizada para apresentar alternativas às propostas de Reformas Trabalhista e Previdenciária apresentadas pelo governo. Sindicatos e federações estarão reunidos na sexta-feira, 17, às 9h na sede estadual em Porto Alegre afim de dialogar sobre as modificações e definir a pauta a ser apresentada na Plenária Nacional que ocorrerá nos dias 20 e 21. A entrega do documento ao Congresso está prevista para o dia 22.

De acordo com o secretário geral da UGT, Norton Jubelli, não basta ser contra as reforma é preciso apresentar sugestões. “Não há mais espaço para só discutir, para ideias retrógradas. Precisamos retomar a vanguarda, do contrário corremos o risco de aprovarem o que eles querem na íntegra. Política é a arte de fazer o possível e o sindicalismo é uma forma de política.”

SUGESTÕES

A entidade aponta algumas propostas para a Reforma Previdenciária, entre elas: que se garanta a fórmula 85/95 e aplique-se as novas regras para quem esteja ingressando no mercado de trabalho; garantia da paridade entre homens e mulheres, com a diferença de cinco anos; garantia das aposentadorias especiais (como em atividades insalubres e com risco de vida); revisão das políticas de isenção tributárias (igrejas e universidades, por exemplo); que sejam vendidos imóveis como do INSS para apartar a previdência e o fim da prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) que permite que 30% da receita líquida da União seja utilizada livremente.

Em relação a Reforma Trabalhista, a UGT é contra a alguns pontos que entende que enfraquecem as relações de força de trabalho entre elas a exclui o sindicato das rescisões de contrato, por exemplo. Pelo novo texto, seria escolhido junto aos trabalhadores um representante para que fizesse o papel do sindicato dentro das empresas. A empresa negociaria direto com este representante sobre acordos individuais, sem a presença do sindicato. “Desconfiamos da lisura desse processo”, afirma Norton referindo-se a falta de garantia de que não seriam privilegiados os interesses das empresas.

O presidente da UGT, Paulo Barks, reconhece o difícil cenário em que se encontram os representantes dos trabalhadores, mas não perde a esperança. “Temos claro que o governo passa o que quiser, pois tem maioria. O que foi apresentado não é bem o que se quer, mas há margem para negociar. Se não apresentarmos propostas plausíveis perderemos a oportunidade”.

 

Guilherme Siebeneichler