A informação foi publicada nesta quinta-feira, 26, pela revista Valor Econômico. Segundo a reportagem, o tamanho da operação de socorro do Rio Grande do Sul está diretamente associado à possibilidade de o governo gaúcho incluir a venda do Banrisul, nas contrapartidas. O governador, José Ivo Sartori (PMDB), demonstra resistência à ideia, mas, segundo fontes do governo federal, dificilmente o problema do Estado será resolvido sem a venda.
A leitura de alguns integrantes do governo é que as demais empresas, listadas por Sartori na primeira reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não têm valor suficiente para resolver de forma completa e definitiva o rombo fiscal do Estado previsto para este ano em R$ 14,5 bilhões (incluindo nessa conta o déficit previdenciário).
Sartori já repassou ao governo federal venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). Na reunião com Meirelles, Sartori mencionou a possibilidade de venda do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), cujo valor já é considerado muito baixo, e a Companhia de Silos e Armazéns, que também não resolveria o problema.
Além da resistência de Sartori à ideia, a venda do Banrisul pode gerar controvérsia política no Estado, cuja Assembleia Legislativa discute uma mudança que permitiria ao governo privatizar ou federalizar empresas sem fazer um plebiscito. O governo gaúcho quer obter da Fazenda alívio no pagamento da dívida com a União e a viabilização de crédito para poder fazer a travessia dos próximos anos. As tratativas com o governo federal, contudo, ainda estão no início.