A safra de tabaco 2024/2025 entra na reta final de colheita no Sul do país. O Rio Grande do Sul já ultrapassou os 90%, e deve ser concluída até a primeira quinzena de março. Apesar da estiagem, a produção não deve sofrer impactos nas regiões produtoras, porém, a qualidade da safra pode ter perda, por conta do excesso de sol.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcílio Drescher, pontuou as expectativas para a safra de tabaco 2024/2025, destacando a influência das condições climáticas na qualidade e produtividade da cultura.
Segundo Drescher, a estiagem e o calor intenso impactaram negativamente a qualidade do tabaco em algumas regiões, especialmente nas áreas mais altas da Serra. “Certamente a qualidade não será aquela que poderia ser em condições climáticas normais. O sol forte prejudicou, mas ainda é cedo para medir a intensidade total desse impacto, pois muitos produtores ainda não venderam sua produção”, afirmou.
Apesar das dificuldades climáticas, a produtividade geral não deve sofrer grandes reduções. A projeção de novembro, que estima uma produção de 696 mil toneladas para o Sul do Brasil, ainda se mantém, segundo Drescher. “Por enquanto, não fizemos nenhum recálculo. Algumas regiões sofreram impactos climáticos pontuais, mas outras ainda estão dentro da normalidade e até com safras fortes. O balanço geral é de equilíbrio, e a estimativa inicial segue válida”, explicou.
Sobre a colheita no Rio Grande do Sul, o levantamento da Afubra indica que 92% da área já foi colhida. Drescher estima que, dentro de duas semanas, praticamente todas as lavouras terão sido colhidas, exceto algumas produções de tabaco fora de época, conhecidas como “safrinha”.
Outro fator relevante da safra foi a redução das ocorrências de granizo em comparação aos anos anteriores. “A intensidade dos prejuízos foi menor do que em safras passadas, embora ainda tenha impactado a produção. Os valores pagos em indenizações chegaram a quase R$ 170 milhões, mas o fenômeno ficou mais dentro da normalidade este ano”, destacou.
A Afubra continuará monitorando a safra e realizando levantamentos mais detalhados conforme avança o período de comercialização do tabaco.