O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Cláudio Bier, alertou para os impactos da escassez de mão de obra na indústria gaúcha. Segundo ele, essa deficiência compromete o crescimento do setor e pode estar reduzindo em até 20% o faturamento das empresas no estado. A informação foi destacada pelo dirigente durante a inauguração da nova escola do Senai em Venâncio Aires, no último dia 05 de fevereiro.
“Hoje, qualquer empresa que você conversar vai relatar dificuldades para encontrar tanto mão de obra qualificada quanto não qualificada. Esse é um grande problema. Falta gente para iniciar no mercado de trabalho, para aprender dentro das empresas ou em instituições como o SESI e o SENAI”, destacou Bier.
Para minimizar esse problema, a Fiergs tem se aliado ao poder público e investido em qualificação profissional. “Não podemos simplesmente repassar toda a responsabilidade para o governo. Como cidadãos e setor produtivo, também temos o dever de ajudar”, afirmou o presidente. Segundo ele, a federação tem buscado parcerias com autoridades em diferentes esferas para ampliar o acesso à capacitação e gerar novas oportunidades de emprego.
PERSPECTIVAS
Apesar dos desafios, Bier se mostra otimista para o ano. Ele destacou que fatores como a safra agrícola e investimentos em setores estratégicos podem impulsionar a economia gaúcha. “Ano passado, tivemos uma safra ruim devido à seca, mas este ano o cenário é mais favorável. Além disso, investimentos significativos estão em curso no estado, como os da CMPC e outras grandes empresas”, ressaltou.
Outro ponto destacado pelo presidente foi o impacto da reconstrução do estado, especialmente após os eventos climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul. “O setor de máquinas pesadas, como escavadeiras, está em alta devido à demanda por reconstrução. Isso movimenta a indústria e gera novas oportunidades de negócios”, afirmou.
Sobre o cenário internacional, Bier reconhece os desafios de uma possível guerra comercial, mas vê possibilidades positivas para o Brasil. “Os Estados Unidos não podem brigar com todos. Espero que o Brasil se beneficie do atual contexto geopolítico”, comentou.