Liderança feminina no meio rural local fomenta o empreendedorismo

Olá Jornal
outubro16/ 2024

No último 15 de outubro foi celebrado o Dia Internacional da Mulher Rural. A data serve de apoio no debate que enaltece o papel do público feminino no meio agrícola do país. Em Venâncio Aires a principal entidade cooperativa de produtores, a Cooprova, é liderada por uma mulher. Mônica Moraes, destaca que ao longo dos últimos anos a presença feminina em pontos de liderança, seja na gestão das propriedades rurais, ou em entidades, tem registrado crescimento.

Além disso, Mônica reforça que a diversificação e o empreendedorismo no campo passam pelas mãos das mulheres. “Podemos dizer que cerca de 80% das agroindústrias de Venâncio Aires têm mulheres à frente dos trabalhos. Hoje os novos empreendimentos no meio rural têm nas mulheres a principal liderança. Os homens estão envolvidos no processo produtivo, mas é a mulher que gerencia e puxa à frente,” comenta.

Na qualificação, ofertada por entidades sindicais, a presença maior de mulheres também têm chamado a atenção. “É muito difícil ofertar um curso que não tenha presença feminina. As mulheres estão buscando a qualificação inclusive nas de NRs, que são para aplicação de defensivos agrícolas ou a questão de manutenção de equipamentos,” explica.

DIVERSIFICAÇÃO
A implantação de novas culturas agrícolas nas propriedades é também liderada pelo público feminino, segundo Mônica. Para a presidente da cooperativa de produtores, ainda há barreiras para ampliar a diversificação. “Uma grande barreira que a maioria das mulheres encontram é que a propriedade tem no homem a principal liderança. Às vezes elas querem diversificar a sua propriedade, mas o gestor, tem dúvidas ou mantém o controle para investimento. Linhas de crédito e financiamentos focados nas mulheres têm facilitado este andamento nas propriedades do município. A maior parte da diversificação, seja na produção de morangos, hortaliças ou agroindústrias, têm passado pelas mulheres,” comenta.

CRESCIMENTO
Embora ainda possuam muitos desafios, a presença feminina em cargos de liderança no agronegócio brasileiro tem crescido. Segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), elas já ocupam cerca de 34% dos cargos administrativos no agro do Brasil, o que significa que mais de 1 milhão de mulheres estão à frente de mais de 30 milhões de hectares.

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), quase 70% das mulheres que ocupam a liderança de propriedades no agro são proprietárias ou arrendatárias.
O Dia Internacional da Mulher Rural – data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1995 –, é uma oportunidade para destacar como o empoderamento econômico das mulheres no campo, seja como agricultoras, empresárias ou líderes comunitárias têm contribuído para aumentar a segurança alimentar e promover a igualdade de gênero.

Venâncio Aires conta com 4,3 mil propriedades rurais atualmente, com média de 12 hectares por estabelecimento produtivo. Deste total, apenas 443 propriedades, em 2017, tinham mulheres como proprietárias das terras. Apesar do valor menor, em 10 anos houve crescimento de 12% nestes dados, segundo apontou o Censo Agro do IBGE (2017).

No país, 1,7 milhão de mulheres estão na gestão ou codireção de propriedades rurais, segundo o Censo Agropecuário. O perfil dessas gestoras é mais jovem comparando-se aos homens. Cerca de 30% delas têm menos de 35 anos. Nessa faixa etária, o grupo masculino é de 24,3%.

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