Paralelo a Assembleia Geral da ONU, especialistas globais abordam iniciativas de cessação do tabagismo e redução de danos

Olá Jornal
setembro28/ 2024

Como reduzir os danos relacionados ao tabagismo e salvar até 1 bilhão de vidas neste século? É o que 26 especialistas globais discutiram em agenda paralela à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e à semana do Clima, em Nova Iorque. Reunidos no 3º Fórum Novas Abordagens, realizado na última segunda-feira, 23, no Clube Harvard, líderes globais dos setores de saúde pública, política, tecnologia e regulamentação abordaram o controle do tabaco e a adoção de estratégias de redução de danos.

A agenda foi guiada por estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que 1,3 bilhão de pessoas no mundo ainda usam cigarros combustíveis, causando 20 subtipos de câncer e 8 milhões de mortes anualmente, 1,3 milhão por fumo passivo sendo que 80% vivem em países de baixa e média renda. O impacto econômico é de até US$ 1,4 trilhão por ano, o equivalente a 1,8% do PIB anual mundial, 40% incorridos principalmente para os países em desenvolvimento. O Fórum se alinha com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, particularmente o ODS 3 sobre melhoria da saúde pública. Também destaca os ODS 6, 12, 13 relacionados à água limpa, consumo responsável e ação climática. 

O ex-chefe do controle do tabaco na OMS e presidente do evento, Dereck Yach, considera o debate urgente. “Importante o papel de começar a pensar a longo prazo sobre o impacto que podemos ter nas vidas das pessoas durante os próximos décadas, dado que esta é uma epidemia crônica”, avaliou. Pontuou a estagnação na redução da prevalência de tabagismo e defendeu que os dados existentes sobre os novos produtos regulamentados em mais de 80 países são suficientes. “Agora sabemos que a terapia de substituição de nicotina e muitas outras medicações não estão alcançando os mesmos níveis de resultado para o fumante que estamos vendo com novos produtos. E enquanto todos queremos mais pesquisa, eu acho que devemos ser bastante confiantes que os dados que temos na mesa hoje já vão ter um impacto massivo na saúde pública”, declarou Derek.

O evento contou com a apresentação de casos de sucesso da República Tcheca, Nova Zelândia e Suécia. Os três combinam uma abordagem abrangente de redução de danos que conta com métodos tradicionais de controle do tabaco associados às mais diferentes categorias de novos produtos. Nova Zelândia e Suécia, estão se aproximando da meta Livre de Fumo 2025 com 5% ou menos de prevalência de tabagismo, índice preconizado pela OMS.

IMPORTÂNCIA
Após proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil discute agora a regulamentação de novos produtos de nicotina no Senado. O projeto de lei da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) estabelece uma série de regras para a comercialização, fabricação e importação dos dispositivos. Baseia-se no fato de que a proibição não é eficaz, uma vez que 3 milhões de pessoas consomem os produtos (Ipec) provenientes de contrabando.

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