O principal braço da economia de Venâncio Aires está ligado à centenária cadeia produtiva do tabaco. Atualmente, cerca de 30% do retorno de tributos está ligado à indústria de beneficiamento, e no campo, a produção de tabaco concentra 52% do Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA). Com tamanha participação econômica o assunto é pauta em destaque entre os candidatos a prefeito da Capital do Chimarrão, segundo maior produtor da planta no Rio Grande do Sul.
Os novos dispositivos de nicotina, proibidos no país, podem ganhar novos capítulos com propostas de regulamentação. Estes produtos abrirão novos mercados e novas fontes de arrecadação, já que atualmente a venda dos populares vapes, está nas mãos do mercado ilegal. O assunto abriu as perguntas feitas pelo Olá Jornal durante sabatina com os candidatos a prefeito de Venâncio Aires. As entrevistas estão sendo publicadas nas redes sociais do jornal entre esta terça-feira, 03, e a sexta-feira, 06.
O candidato da “Federação Brasil da Esperança”, Cândido Faleiro (PT), destaca que a produção de tabaco em Venâncio Aires é a primeira em geração de receitas, porém, há novas cadeias produtivas ganhando espaço no campo venâncio-airense. “Nós vamos apoiar a cadeia produtiva enquanto ela estiver na agricultura familiar […] O tabaco é a primeira economia, mas a segunda já é o frango. Nós temos a possibilidade dos grãos, trigo, milho e a soja, que vem forte.”
Sobre os novos dispositivos, Faleiro demonstra preocupação com a saúde pública. “Hoje se fala em cigarro eletrônico, mas acredito que o cigarro em si a gente não tem como aprovar, como consumo, mas para a economia do município é uma questão muito forte,” destaca.
Giovane Wickert (PSB) candidato a prefeito pela coligação “Unidos por um Futuro Melhor” lembrou que a produção de tabaco é fundamental para economia venâncio-airense, e estimula a diversificação na agricultura. “Poucos municípios têm uma diversificação tão grande. Além do tabaco Venâncio Aires se destaca na produção de alimentos […], isso se dá porque o fumo é sazonal, ele cria um ambiente para pequenas propriedades.”
Wickert lembra que a cultura se adapta às pequenas propriedades e se eleito pretende manter a posição de liderança em defesa da cadeia produtiva. Os novos produtos também terão posição favorável do candidato. “O tabaco pode se adequar à modernidade […] E nós aqui já estamos com uma expertise instalada muito importante para que a gente continue atendendo esse mercado.”
Buscando a reeleição, o candidato Jarbas da Rosa (PDT), da coligação “Para Frente Venâncio” lembra que o retorno de ICMS para Venâncio Aires está diretamente ligado a produção de tabaco. “Essa produção representa quase 50% da nossa economia, quando a gente fala em setor agrícola, industrial e exportação. O retorno do ICMS é muito importante para a composição das políticas públicas que nós estamos investindo.”
Rosa defende a regulamentação dos novos dispositivos, projetando o futuro da produção. “Hoje são milhões de pessoas usando cigarros eletrônicos contrabandeados e isso não dá nenhum retorno de impostos para o país, dá sim prejuízos […] A regulamentação é fundamental para o futuro do tabaco,” comenta.
Pela coligação “Endireita Venâncio”, Maciel Marasca (PP), destaca a sua ligação direta com a cadeia produtiva, e a sua defesa. “O tabaco é a minha profissão, é um setor que eu conheço muito bem. O setor é muito bem organizado, é uma indústria bem capacitada, com muita tecnologia. […] E nós vamos estar apoiando o produtor, apoiando o interior. O nosso produtor de Venâncio Aires é muito capacitado, a qualidade que a gente produz é única.”
Sobre os novos dispositivos, Marasca afirma ser favorável a uma regulamentação. “Eu sou a favor da proteção desse mercado, sou a favor da regulamentação desse mercado, porque são tecnologias que vêm para ajudar e não para atrapalhar […] O Brasil, como maior produtor, com alta tecnologia de produção, com qualidade, a gente vai conseguir manter o produtor no campo,” afirma.