A nova safra de tabaco movimenta os campos de Venâncio Aires, e deve registrar aumento no número de famílias produtoras. Segundo dados da Afubra no último ciclo, foram 3.677 famílias produtoras, colocando o município como o segundo maior em produção no estado. A estimativa do escritório local da Emater/Ascar é de aumento no número de produtores, em até 2%. O fluxo positivo ocorreu por conta da valorização do produto na última safra, que bateu recorde em receitas com R$ 11,7 bilhões movimentados no campo do Sul do Brasil.
O chefe do escritório da Emater afirma que o aumento projetado para o número de produtores ocorre, mesmo com áreas afetadas pelas enchentes de maio. “Vamos ter esse crescimento, mesmo que pequeno, porque ocorreu uma valorização do produto. Mesmo sem classificação, os produtores receberam bem na última safra. Nós temos algumas famílias voltando a plantar. Mas não podemos esquecer dos produtores que estavam nas áreas onde ocorreram alagamentos e não vão produzir,” explica Vicente Fin.
Para profissional, se não tivesse ocorrido o episódio climático, o aumento poderia ser maior. “Teríamos uns 5% a 6% de aumento, mas deve encerrar menor. Ainda estamos calculando, porque algumas famílias que foram atingidas buscam áreas para plantar,” reforça.
ÁREA DE PRODUÇÃO
A estimativa da Emater também aponta para aumento de até 5% na área plantada. A projeção é de alcançar os 8,4 mil hectares de campo ocupado com a cultura do tabaco. “Não vamos ter muita mudança na área, mas se somam as famílias que vão aumentar um pouco a área que já plantavam, em função da valorização,” destaca.
A estimativa na safra 2024/2025 é de alcançar 17.325 toneladas. O ciclo passado fechou em 15.197,5 produzidas na Capital do Chimarrão. O Rio Grande do Sul registrou quebra de 14,4% na última safra, fechando a produção em 219.992 toneladas.
AUMENTO
O presidente da Afubra, Marcílio Drescher, afirma que a produção da nova safra deve registrar aumento. Os números das estimativas serão divulgados no fim de outubro. “Em nossas visitas à associados temos recebido informações de que haverá aumento de plantio, o que pode vir a causar problemas no momento da comercialização se houver muita oferta de tabaco,” comenta o dirigente.
A receita bruta do produtor finalizou em R$ 11,7 bilhões no ciclo passado, alta de 7,3%, o melhor resultado desde 1995, quando iniciou a série de acompanhamento feita pela entidade. “Neste total, os gaúchos participam com R$ 5.263.868.368,74 (+13,6%), Santa Catarina obteve uma receita bruta de R$ 3.456.752.807,10 (-2,5%) e, no Paraná, a receita bruta chegou a R$ 3.062.727.105,97 (+9,4%).
O presidente da Afubra alerta para garantir a oferta adequada. “É de fundamental importância o fumicultor brasileiro manter a oferta adequada à demanda e esmerar-se, sempre, na qualidade do tabaco,” lembra.