Nova Zelândia está pronta para se tornar livre de tabagismo como a Suécia

Olá Jornal
junho26/ 2024

Um painel de especialistas reuniu-se no dia 12 de junho em Varsóvia, Polônia, para discutir o progresso da Nova Zelândia na eliminação do tabagismo, inspirado na abordagem bem-sucedida da Suécia. O evento foi organizado pela Pare de Fumar Como a Suécia (Quit Like Sweden), uma plataforma lançada no Brasil no início deste ano para promover a redução dos danos do tabaco.


A plataforma reuniu especialistas, acadêmicos, reguladores e políticos para examinar como as estratégias de controlo do tabaco da Suécia estão a ser implementadas na Nova Zelândia e que lições outros países podem aprender. A utilização generalizada de alternativas mais seguras pela Suécia, como o snus e os cigarros eletrônicos, melhorou significativamente os resultados de saúde pública.


Um novo relatório apresentado pela professora Marewa Glover, uma acadêmica de saúde pública especializada na cessação do tabagismo, destacou o sucesso da Nova Zelândia na redução das taxas de tabagismo para metade em apenas cinco anos. Esta conquista é particularmente notável entre os grupos de baixos rendimentos, os Māori (os povos indígenas) e os indivíduos com problemas de saúde mental, graças ao apoio aos fumantes adultos para mudarem para o vaping. Em 2018, as taxas de tabagismo na Nova Zelândia eram de 13,3% e está agora em 6,8%.


A fundadora da Pare de Fumar Como a Suécia, Suely Castro, comemora. “Durante décadas, imaginamos um mundo livre das garras mortais dos cigarros. Essa visão está a tornar-se realidade na Suécia e na Nova Zelândia. A redução de danos está a revelar-se um instrumento fundamental na luta contra o tabagismo. A Suécia está prestes a declarar-se “livre do fumo”, com menos de 5% da sua população adulta fumando. A Nova Zelândia também está a fazer progressos significativos nesta direção. Outros países deveriam tomar conhecimento e seguir o exemplo.”


O painel incluiu especialistas como o Dr. Anders Milton, ex-presidente da Associação Médica Sueca; Dr. Colin Mendelsohn, fundador e presidente da Associação Australiana de Redução de Danos ao Tabaco (ATHRA); e a defensora da ciência Jessica Perkins. Representantes de grupos de consumidores também participaram, incluindo Nancy Loucas, coordenadora executiva da Coalition of Asia Pacific Tobacco Harm Reduction Advocates (CAPHRA); Carissa Düring, diretora da Considerate Pouchers Suécia; e professor David Sweanor, presidente do Comitê Consultivo do Centro de Legislação, Política e Ética em Saúde da Universidade de Ottawa.


“É altura de os reguladores, decisores políticos, acadêmicos e especialistas olharem para a Suécia e a Nova Zelândia e implementarem medidas semelhantes. As estratégias tradicionais de cessação e prevenção devem ser complementadas por políticas que incentivem os fumantes a mudar para alternativas mais seguras”, disse Castro.


Pesquisas mostram que, se outros países da União Europeia replicarem as políticas de controle do tabagismo implementadas na Suécia, cerca de 350 mil vidas poderiam ser salvas a cada ano. “Sem tais medidas, continuaremos a ver estatísticas de tabagismo estagnadas e a perguntar-nos por que razão não estão a acontecer mudanças. A Suécia tornou possível uma realidade sem fumo. As soluções para o resto do mundo conseguir o mesmo estão ao nosso alcance”, conclui.

Foto: Janine Niedermeyer

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