O 11º Fórum Global de Nicotina (GFN) chama a sociedade a acelerar a redução de danos do tabaco. Durante três dias de programação, a única conferência internacional que se centra no papel dos produtos de nicotina mais seguros para ajudar as pessoas a deixar de fumar e de consumir tabaco de risco debateu o cenário atual e futuro dos novos produtos de nicotina como alternativas ao cigarro.
A importância da redução de danos no centro das decisões regulatórias, políticas, de saúde e enquanto sociedade foi o ponto alto das discussões que tiveram à frente os maiores especialistas do mundo. O Olá Jornal realizou cobertura inédita de forma presencial diretamente de Varsóvia, capital da Polônia.
Uma das maiores autoridades no assunto, o professor adjunto da Faculdade de Direito e presidente do conselho consultivo do Centro de Legislação, Política e Ética em Saúde da Universidade de Ottawa, David Sweanor, alerta para uma reação eficiente frente ao número de fumantes ainda existentes no mundo.
“Existem mais de um bilhão de fumantes de cigarros, e isso deveria ser visto como um problema de saúde pública, de emergência. Devíamos procurar tudo o que pudermos fazer para deslocar as pessoas o mais rapidamente possível para produtos não combustíveis,” avalia.
Na mesma linha, o diretor de Assuntos Regulatórios e Científicos do Grupo Imperial Brands, Joe Thompson, revelou que os números de tabagismo permanecem estagnados, apesar dos esforços dos países em adotar as práticas tradicionais de cessão preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao mesmo tempo, o índice tem caído em nações que adotam os novos produtos como parte da estratégia de combate ao tabagismo.
“Vimos que o declínio nas taxas de tabagismo começou a estagnar. Então, fazendo a mesma coisa novamente não funciona. Estamos a assistir a uma diminuição das taxas de tabagismo em países que estão a adotar a redução de danos. É assim que eu gostaria de ver a regulamentação se desenvolver – através de uma estrutura que realmente permita escolha do consumidor, mas escolha informada, e penso que o Estado tem um papel mais importante desempenhar, na verdade informar os consumidores.”
Para o médico e pesquisador sênior especializado em Saúde Pública nas Universidades de Patras e West Attica, na Grécia, Konstantinos Farsalinos, a regulamentação busca auxiliar os consumidores neste caminho. “Antes de discutir como regular as coisas, é importante definir o objetivo da regulamentação então por que queremos regulamentá-lo? Na minha opinião, no caso da redução de danos, a razão e o objetivo do regulamento é ajudar os consumidores a tomar decisões informadas”.