A educação e a troca de conhecimento são apontados por nota técnica do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS como medidas de destaque para minimizar os impactos causados pelas catástrofes ambientais. O documento lista medidas de análise da área do Vale do Taquari, em toda a bacia do Taquari-Antas, buscando diminuir prejuízos e a perda de vidas humanas. Conforme o documento, o conhecimento da realidade de cada região, por parte da população, será fundamental para garantir mais cuidado em períodos de elevação dos rios e altos índices pluviométricos.
“Cada cidadão terá que ter boa noção de chuva, de dinâmica de água em encosta, de movimentação de terra e de árvores, do efeito de diversas obras sobre estabilidade e instabilidade de encosta, entre outros. Para ter esses conhecimentos, é necessário fortalecer a educação […],” destaca o documento.
Aliado a isso, o fortalecimento e preparo das Defesas Civis, e de núcleos comunitários de proteção e defesa civil (NUPDECs), são caminhos apontados como ações de proteção. “A qualidade das ações do núcleo certamente pode definir o grau de um desastre. Portanto, pode-se enfatizar que os formuladores políticos realmente precisam trabalhar no sentido de verdadeira formação dos NUPDECs nas áreas de risco de escorregamentos e enxurradas,” reforça o relatório.
Conforme a nota técnica, muito além de investimentos na área da bacia Taquari-Antes, será preciso massificar as informações meteorológicas, o conhecimento sobre o fluxo da água e o zoneamento de risco em encostas. “Cada cidadão terá que ter boa noção de chuva, de dinâmica de água em encosta, de movimentação de terra e de árvores, do efeito de diversas obras sobre estabilidade e instabilidade de encosta, entre outros. Para ter esses conhecimentos, é necessário fortalecer a educação para a gestão de risco de desastres (GRD).”
A nota técnica do Grupo de Pesquisa em Desastres Naturais é assinada pelo professor titular do IPH da UFRGS, Masato Kobiyama e o doutorando do Programa de Pós-graduação em Geologia da UFRGS, Rossano Dalla Lana Michel. Na conclusão do documento, os docentes reforçam a necessidade de educar de forma geral as comunidades envolvidas na bacia. “Para reduzir os riscos e os desastres, a educação é fundamental. Como essa educação é voltada para a gestão integrada de recursos hídricos, desastres, ecossistema, entre outros, pode-se dizer que a bacia escolar será uma ferramenta bastante útil e eficiente (KOBIYAMA et al., 2024). […] governo do RS e também municípios gaúchos, especialmente na Serra Gaúcha e na região dos Vales, urgentemente terão que implementar bacias escolas em diversos locais,” finaliza.
O termo bacias escolas busca garantir estudos completos do funcionamento de áreas hidrográficas, esse material precisa ser compartilhado com toda a comunidade envolvida. A proposta é garantir o máximo de conhecimento sobre o funcionamento hidrográfico de regiões.
FOTO: Gustavo Mansur/Palácio Piratini