Impacto das enchentes na agricultura do estado deve seguir nas próximas safras

Olá Jornal
maio25/ 2024

Os prejuízos causados pelas chuvas na agricultura do Rio Grande do Sul, devem se estender pelas próximas safras. Além dos prejuízos diretos causados pelas enchentes, que somam mais de R$ 2,3 bilhões (dados da CNM), algumas lavouras poderão se tornar irrecuperáveis, com os sedimentos deixados após o nível das águas baixar que podem afetar a fertilidade do solo gaúcho.

O Rio Grande do Sul é atualmente o segundo maior produtor de alimentos do país, concentra 14% da produção nacional. É o maior produtor de arroz, trigo, segundo maior produtor de soja, o terceiro maior produtor de suínos, o quarto maior de frango e de leite.

A Embrapa planeja enviar pesquisadores às áreas afetadas para fazer análises de solo e diagnosticar a situação das lavouras quando o nível das águas baixar.

Conforme o engenheiro agrônomo e doutor em Desenvolvimento Regional da Unisc, Jaime Weber, que ministra aulas sobre agrometeorologia, os impactos no solo deverão atingir a economia de forma geral. “Tem o impacto direto na produção agrícola, em grande parte de regiões produtivas, em especial na agronomia para o solo. Toda essa cor da água que a gente visualizava, às vezes as pessoas não se dão conta, mas é uma grande quantidade de solo além de todo o estrago para os cultivos. Esse impacto irá afetar a economia como um todo, inclusive nas próximas safras.”

Para o docente, a recuperação do solo em áreas degradadas exigirá investimento e longos períodos. “As enchentes afetam a agricultura como um todo no estado. Além das lavouras perdidas, e a produção que já estava nas áreas, o futuro exigirá correção e preparação melhor do solo. E hoje é pensar que em alguns lugares que se produzia, não terá nova produção” comenta.

PREJUÍZOS
A Emater/Ascar de Venâncio Aires incluiu no relatório de prejuízos financeiros na agricultura, causados pelos efeitos climáticos do início do mês, as perdas ambientais de solo, vegetação nativa e mata ciliar. Conforme o engenheiro agrônomo da entidade, Vicente Fin, com os deslizamentos de encostas ocorreram movimentos de massa de solo, afetando também propriedades rurais em áreas de morros e encostas. Além disso, a projeção é de perdas de áreas que totalizam 45,25 hectares, só com deslizamentos. Com solos perdidos, que já estavam preparados para o cultivo, a Emater estima que sejam 461,20 hectares, ocasionando prejuízos financeiros de R$ 334,3 mil.

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