As perdas na atual safra de tabaco 2023/24, ainda são calculadas, bem como as estimativas de preço. O clima tem afetado o cultivo de diversas culturas, em especial no Sul do país. Na fumicultura a situação não é diferente. Com a quebra na produção, deve ocorrer valorização do produto no momento da compra, especialmente pela demanda, que vai aumentar. A situação já ocorre em período de queda na produtividade, e faz parte do histórico da cultura, ao longo das safras.
A Emater/Ascar, escritório de Venâncio Aires, já aponta para redução de 6,6% na produtividade no atual ciclo. Prejudicado pelo excesso de chuva, granizo e alagamentos em áreas produtivas. Ao mesmo tempo, a entidade de assistência técnica rural não descarta maiores perdas, já que as condições climáticas não terão melhorias.
A Afubra divulgou nesta terça-feira, a estimativa do atual ciclo produtiva, com redução de 13,7%. A produção deve alcançar 522.857 toneladas no Sul. A safra passada fechou com 605.703 toneladas colhidas.
“Quando isso ocorre também percebemos uma melhora na negociação, já que há demanda pelo produto, o principal da nossa região que é o tabaco. Ainda não há estimativa de valorização. A oferta menor do produto, tende a fazer competição na hora da compra, valorizando, porque os eventos não foram só no Rio Grande do Sul, eles são na região Sul.”
No mesmo sentido, o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), destaca que a entidade trabalha nos relatórios de projeção da atual safra, após os casos de granizo e intempéries climáticas. Entretanto, Marcilio Drechsler acredita que a queda na oferta de tabaco irá resultar em melhoria dos preços, mas não deve equilibrar os custos. “Quando se tem menos oferta se tem uma valorização na compra. Claro que em alguns casos, não se consegue recuperar as perdas causadas na safra, mas nossa expectativa é de uma boa compra neste ciclo.”
SEM CLIMA
A colheita do tabaco iria ser enaltecida nesta sexta-feira, 1º de dezembro, no Parque da Expoagro Afubra, com a abertura estadual. Entretanto, o evento foi cancelado. Segundo o dirigente da Afubra, a situação climática, que tem afetado os produtores do estado, e a liminar que suspendeu a lei de compra nas propriedades acabaram afetando as relações entre setor industrial e agricultores.
“Não tem clima para realizar um evento deste tipo. Além dos prejuízos que o produtor tem enfrentado, com a situação climática, também ocorreu a derrubada da lei estadual de compra na propriedade. Entendemos que não é o momento para celebrar um início de safra,” afirma Drescher.