Vale do Rio Pardo exporta para mais de 90 países

Olá Jornal
novembro18/ 2023

Há pelo menos 30 anos o Vale do Rio Pardo impulsiona os negócios internacionais com tabaco no país. A região mantém relações comerciais com mais de 90 países, em 2023, criando um polo de exportação importante para o Rio Grande do Sul. São mais de 392,7 mil toneladas enviadas ao mercado global a partir de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, municípios que concentram o maior volume de negócios no Vale. Só a Capital do Chimarrão negociou ao longo deste ano com 85 países. Já a terra da Festa da Alegria, possui relações internacionais com 94 nações.

Os negócios envolvendo o tabaco em folhas formaram no centro do estado mão de obra e expertise para fomentar este tipo de operação, permitindo entregar o produto processado aqui, em qualquer ponto do planeta.

Para o economista e Pró-Reitor Administrativo da Unisc, Heron Sérgio Begnis, ainda não ocorre transferência de experiências para comércio exterior, já adquirida pelo setor tabacaleiro na região. “Dois municípios da Região possuem expressão das exportações: Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, nos quais as exportações relacionadas ao tabaco correspondem a cerca de 90% em termos de valores. Embora significativa e importante para a região, não se pode afirmar que exista uma transferência de expertises para outros segmentos produtivos. No caso de Venâncio Aires, as exportações do setor de refrigeração colocam-se na segunda posição em valores exportados. Este segmento sim, por efeito de transbordamentos ou transferências de tecnologias, podem significar estímulos ao desenvolvimento de outros segmentos da indústria.”

Para o docente, as relações comerciais com o mercado internacional formam mão de obra qualificada para este tipo de negócio. “A região tem um conjunto de profissionais que acumulam experiência e desenvolvem competências para atuar no comércio exterior. Uma importante contribuição na formação de expertises para atuação no comércio exterior é o Curso de Relações Internacionais da Unisc, voltado principalmente para a chamada diplomacia corporativa, que visa a internacionalização das empresas,” ressalta.

IMPULSO
Para o professor, a região tem gargalos na busca por diversificar a matriz de exportações, além de questões logísticas. A base industrial, ligada também ao agronegócio, limita a expansão de novos produtos fabricados na região e com potencial de exportação. “As deficiências logísticas enfrentadas pelo Brasil e pela nossa Região, são entraves ao desenvolvimento da competitividade internacional dos nossos segmentos econômicos, tanto da indústria como do agronegócio,” explica.

TECNOLOGIA
Entre os setores com potencial de mercado global, Begnis afirma que é necessário estimular a inovação e ampliar o uso de tecnologia. “Para incrementar as exportações, precisamos estimular o desenvolvimento tecnológico e a inovação para diferenciar nossa produção industrial e melhorar a competitividade externa. Em soma, é possível considerar o potencial de exportações de softwares e soluções baseadas em Inteligência Artificial, um segmento de múltiplas utilizações, com alta capacidade de geração de valor. Além disso, é um mercado em formação com baixas barreiras de entrada, desde que desenvolvidas as competências tecnológicas necessárias. Ou seja, a formação de capital humano,” conclui o pró-reitor da Unisc.

Olá Jornal