O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) lançou, nessa quinta-feira, 27, as maquetes táteis do prédio. A cerimônia de inauguração ocorreu no dia do aniversário de 69 anos do Museu. O projeto de acessibilidade foi desenvolvido em uma parceria do Margs com o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), entre os anos de 2021 e 2023.
O diretor de Formação Continuada e Tecnologia Educacional da Unisc, Rudimar Serpa de Abreu, esteve presente no evento e enalteceu a Unisc como Universidade Comunitária. “Para uma Universidade no interior do Estado, estarmos na maior instituição cultural do Rio Grande do Sul, representada e ainda em um espaço de acolhimento é motivo de honra e agradecimento à política cultural que o Estado tem desenvolvido. A maquete traduz e traz a inclusão, o acolhimento e a Universidade faz parte disso.”
Para a secretária de Cultura do Estado, Beatriz Araujo, o lançamento das maquetes é mais uma das ações afirmativas colocadas em prática pelo governo do RS. “Fazemos parte de um governo fortemente comprometido com a melhoria da vida de todas as pessoas. Na Sedac e nas instituições vinculadas, desde 2019, temos promovido ações afirmativas para ampliar o acolhimento, o respeito e o acesso de todos e todas ao nosso patrimônio artístico e cultural. As maquetes táteis do Margs se inscrevem nesse trabalho coletivo que vem crescendo e gerando novos frutos”, explica a secretária.
Conforme o diretor-curador do Margs, Francisco Dalcol, a busca por qualificar as questões e necessidades relacionadas à acessibilidade é algo que vem se impondo como compromisso e mesmo exigência para museus e instituições culturais, a exemplo do Margs. “Com as maquetes táteis, nosso desejo é prosseguir avançando na busca por uma acessibilidade mais ampla e que contemple a diversidade e as necessidades dos nossos públicos.”
Também presente no evento, a transcritora braile e instrutora de braile da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), Elaine Antonia do Nascimento, acrescentou que a maquete permite que se possa conhecer o Margs. Com baixa visão até os 44 anos e hoje, aos 48, sem visão, Elaine falou sobre o que sentiu ao tocar a maquete pela primeira vez. “Foi uma experiência boa, de autonomia, um sentimento de inclusão. E o mais importante é que nos procuraram e não fizeram nada sem o nosso suporte, questionaram se estava correto, se nos ajudaria, de fato.”
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A coordenação geral do projeto foi realizada pelo professor da Unisc Alex Brino com apoio e assessoria da coordenação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisc, do Escritório de Projetos da Unisc, e especialmente, com a participação direta do arquiteto Fabio Uptmoor, responsável técnico pela Oficina de Maquetes do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Ainda, teve o trabalho das bolsistas Juliana Vargas de Souza, Lisiane Fredrich e Marina Lima Dornelles.
A viabilização das maquetes envolveu recursos captados de patrocinadores pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, por meio da Associação dos Amigos do Museu (AAMARGS). As maquetes táteis do prédio do Margs estarão à disposição na entrada do Museu. Para recebê-las, o foyer passou por adaptações, contemplando um espaço dedicado a hospedar as maquetes com a apresentação de conteúdos relacionados ao histórico, estrutura e preservação do prédio no qual se situa o Museu.
A realização das maquetes táteis, que apresentam a planta dos dois principais andares do prédio onde o Margs funciona, insere-se nos esforços do Museu nos últimos anos em avançar nas questões e necessidades relacionadas à qualificação da acessibilidade cultural nos espaços e acervos, a exemplo do Programa Público “Mediação em Libras”. Além disso, a ação também tem o propósito de qualificar o foyer do Museu enquanto espaço de acolhimento para os mais diversos públicos. Ainda em termos de acessibilidade, uma audiodescrição de percurso tátil estará disponível em um QR CODE ao lado das maquetes, e a legendagem dos espaços apresentados nelas contará com texto alternativo em braile.
*Com informações da Secretaria de Estado da Cultura do RS (Sedac)
CRÉDITO: AI UNISC
FOTO: Luís Alexandre Silva de Oliveira/Unisc TV