Pode vir de uma companhia de tabaco uma melhor alternativa aos cigarros? A Philip Morris Internacional (PMI) quer provar que sim. Há cerca de 30 anos vem desenvolvendo novos produtos sendo que há 10 consolidou-se com a tecnologia do tabaco aquecido, batizado de IQOS. O dispositivo eletrônico revolucionou o mercado ao eliminar a combustão do tabaco e, assim, reduzir 95% dos riscos causados pela queima, conforme aponta a empresa.
Esta jornada conta com o trabalho engajado de uma apaixonada pela ciência. De cética a defensora, a vice-presidente de envolvimento científico da PMI, Gizelle Baker, tem a missão de fazer exatamente o que aconteceu com ela: facilitar a conscientização e compreensão da redução de danos do tabaco.
Com 18 anos de experiência em bioestatística e gerenciamento de dados, a doutora em biometria e epidemiologia pela Universidade Médica da Carolina do Sul (EUA), lidera uma equipe de cientistas que estão envolvidos e compartilhando a ciência por trás das alternativas não combustíveis da PMI. Em entrevista ao Olá Jornal, diretamente da Suíça, Gizelle compartilha a jornada desafiadora dentro da maior companhia de cigarros do mundo.
Olá – Quais são os esforços científicos para um mundo livre de fumaça?
Gizelle – Eu acho que a ciência está no coração de tudo o que fazemos. Desde a compreensão dos danos da fumaça, que é realmente quebrar o tabaco, a nicotina, a fumaça, a combustão. Tudo isso é interlocutado em uma fumaça. Então foi a ciência que nos ajudou a quebrar isso, identificar o problema. Foi a ciência que nos ajudou a desenvolver produtos que adressam o problema. E então, ultimamente, voltamos para o outro lado, que é a assessão para provar que esses produtos são diferentes das fumaças.
Como enfrenta o desafio da não aceitação da pesquisa das indústrias?
Há muita ceticismo. Mas quando você tem a habilidade de ter um debate, de compartilhar a ciência e de se engajar com as pessoas, você percebe que há muito mais que você concorda com do que não concorda. É muito fácil sentar e dizer “não aceito a ciência da indústria, mas não vou fazer a minha própria”. O progresso não pode acontecer quando você chega a um ponto que ninguém está disposto a avançar. E eu acho que o desafio deve ser que as pessoas façam a ciência. Se você acha que não funciona, então gere a evidência que prova isso. Porque quando eu olho para a evidência, consistentemente, não importa onde eu olho, você vê que está apontando na mesma direção, em um jeito muito consistente e coerente, que é melhor do que cigarros. Quando você olha para os níveis de toxicantes, para a exposição, quando você olha para os impactos biológicos no corpo, em todos os casos, faz sentido. Então, se você não quer confiar nos nossos dados, gere o seu próprio. Então vamos ter uma discussão real quando estamos olhando de evidência para evidência.
Como foi a sua jornada na PMI e como se sente sendo parte desta transformação, como cientista?
Eu sou uma epidemióloga, então a minha primeira ideia foi que era errado. Se você acha que eu vou dizer que as cigarros não são perigosos, você está falando com a pessoa errada, pensei. Porque achei que estavam falando de cigarros. E é aqui que eu percebi por que às vezes há ceticismo no início. Eu estava completamente cética. Mas, ao mesmo tempo, eu pensei, por que eles me enviariam até a Suíça, quando poderiam me perguntar no telefone? Então eu pensei, vou ir e ver. E eu vim com a minha lista de perguntas pronta para prová-las erradas e então eu aprendi. Eu olhei como eles estavam se aproximando da ciência, perguntei as minhas perguntas e fiquei aqui sabendo que era realmente para onde eu queria que minha carreira fosse. Eu comecei quando estavam desenhando o programa clínico que iam submeter aos reguladores. Quando eu vi, pensei: isso é um desafio científico em um espaço que eu quero estar, porque eu sou uma pessoa que nunca bebe, eu não gosto de beber, e se eu pudesse fazer isso, seria o sucesso da vida.
Depois de 11 anos, ainda há muito a fazer?
Nós pensamos que se produzirmos a ciência, então as pessoas entenderão. E o nosso engajamento científico, que é a função que eu estou em agora, percebeu que você não pode só fazer a ciência, você tem que falar com as pessoas sobre a ciência, engajá-las, entender quais são as suas preocupações e trazer isso aos cientistas para realmente se mover e progredir. É aqui que eu transito na equipe clínica, fazendo os estudos para realmente se engajar com as pessoas, discutir a ciência, compartilhá-la e também trazer para nossos cientistas as preocupações científicas sobre os dados que estamos gerando. Então, nós tivemos muito a aprender como empresa também.
O que está por vir?
Eu acho, obviamente, dentro desse espaço, mais inovação. Nós vamos continuar a trabalhar com consumidores para encontrar o que motiva aqueles que ainda estão fumando cigarro para mudar e continuar a inovar nesse espaço para entregar produtos que ajudem a maximizar o número de pessoas que mudam. Mas eu acho que você também vai começar a ver onde o conhecimento científico e a experiência, que foi conquistada na jornada sem fumar, começar a ir para o espaço de saúde, e saúde enquanto nós desenvolvemos e usamos nossa ciência e tecnologia para uma inovação mais ampla.
FOTO: Divulgação/PMI