A produção de alimentos é também aliada na geração de renda, com a comercialização da produção nas Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) em Porto Alegre. Atualmente, 45 produtores têm produtos vendidos no principal espaço de abastecimento com alimentos in natura, todos ligados a pequena propriedade familiar. Saem das terras venâncio-airenses produtos como aipim, milho verde, repolho e morangas, e há espaço para outras variedades, que atualmente são buscadas fora do estado.
São produtores de Vila Palanque, Travessa, Herval e Santa Emília, que direcionam parte das produções para comercialização na central estadual de abastecimento. A partir do local em Porto Alegre, são abastecidos mercados e fruteiras das mais diferentes regiões do estado.
Aipim é o principal produto local enviado para comercialização na Ceasa, inclusive famoso pela qualidade. Neste ano são 109 hectares plantados para comercialização no espaço. Já de milho verde, segundo principal item de venda a partir de Venâncio Aires, conta com cerca de 50 hectares de produção. Aparecem ainda entre os itens mais comercializados a partir da Capital do Chimarrão, moranga, repolho e abacates.
Segundo o chefe do escritório local da Emater/Ascar de Venâncio Aires, engenheiro agrônomo Vicente Fin, entre os principais produtos já comercializados não há espaço para ampliar a produção. “Já é um volume grande de produção, principalmente o aipim e o milho verde. Tem anos que sobra e tem anos que falta, quando ocorre por exemplo, seca, tem falta. Já nas chuvas regulares, sobra produto. O aipim teve um redução da área, em função do crescimento de produção de soja em Venâncio. Mas a demanda está estabilizada.”
Por outro lado, há espaço para ampliar a venda de algumas frutas, já produzidas no município, cítricas, assim como o abacate. “São produtos que atualmente são buscados em outros estados e poderiam estar sendo oferecidos por produtores daqui,” destaca.
Entre os desafios apontados pelo profissional, além da produção de verduras e frutas, com foco na Ceasa, é preciso pensar em cadeia para abastecimento regional. “Precisamos trabalhar com as indústrias a demanda, para vir buscar aqui o produto. Além da Ceasa em Porto Alegre, temos a de Caxias no Rio Grande do Sul e a maior, em São Paulo, que possuem produtores que já contam com domínio na comercialização destes locais,” comenta.
A Central de Comercialização estadual organiza os produtores interessados em vender produtos no espaço, além de empresas que atuam no local. A Emater realiza a emissão das cartas para pequenos produtores, autorizando a venda de produtos junto a central.
Ao longo de 2022, segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, os principais produtos comercializados na Ceasa foram o tomate, batata inglesa e melancia. No caso do tomate, que lidera o pódio pelo segundo ano consecutivo, foram 56,5 mil toneladas comercializadas em 2022. A quantidade, no entanto, é quase 8% menor do que a registrada em 2021.
FOTO: Divulgação/AI CeasaRS