“Como não vamos cuidar? Se é dali que começa tudo. A gente investe na terra.” A afirmação é de quem entende que o solo é o maior patrimônio de uma propriedade, a jovem produtora de tabaco Patrícia Bartoldi. Aos 37 anos, ao lado do esposo Claiton André Wolman, 45 anos, sabem da responsabilidade que está em suas mãos: cultivar e preservar.
É na propriedade de cinco hectares em Linha Sapé, interior de Venâncio Aires, que o casal integrado a China Brasil Tabacos (CBT) faz a diferença com manejo adequado que contribui para a reserva de água na terra, garantindo a umidade necessária para resistir em tempos de estiagem. “Onde plantei milho é nítida a diferença, o solo está mais seco comparado ao que utilizei a aveia”, explica Wolman sobre a importância da cobertura vegetal.
Análise do solo, descompactação, camalhões adequados, uso de plantas de cobertura são rotinas obrigatórias na lavoura de dois hectares, tudo acompanhado pelo orientador Ramon Haas Lermen. Este contato assegura o monitoramento e assessoria constante, bom para o produtor, para a empresa e bom para o meio ambiente. “Nota-se a diferença em produtores com bom histórico de fazer boas práticas, evita a erosão, entre tantos outros benefícios”, pontua.
O Sistema Integrado de Produção de Tabaco, por meio da orientação técnica agrícola, tem auxiliado os empreendedores do campo a adotarem cada vez mais as práticas conservacionistas por perceberem os benefícios, chegando a 74% em 2022. Para a próxima safra que já está em preparação, o milheto foi o escolhido para a adubação verde e a aveia para cobertura. “Faço o manejo do solo desde a época do pai”, conta o produtor de tabaco.
Além de preservar a saúde do solo, as boas práticas contribuem para maior uniformidade e produtividade na lavoura resultando em mais qualidade e rentabilidade. Na última safra, Wollmann colheu bons resultados mesmo em um ano em que a chuva não ajudou, conquistando uma produtividade de cerca de 3,2 mil quilos por hectare, quando o normal para um período de seca seria de aproximadamente 2,1 mil quilos por hectare. Isso porque o manejo adequado proporcionou que o solo retivesse e disponibilizasse mais água e nutrientes para planta se desenvolver. “Porte mais parelho, mais viçoso, planta menos fraca, com mais nitrogênio, mais umidade”, afirma.
IMPORTÂNCIA
Segundo o engenheiro agrônomo da CBT, Alisson Griebel, com o enfrentamento de estiagem nos últimos anos e prejuízos dos agricultores nas diversas culturas no sul do Brasil, a necessidade de manejo adequado do solo vem sendo cada vez mais importante, não só para aumento de produtividade, mas para a captação adequada da água das chuvas e conservação do solo em caso de enxurradas ocasionais. Segundo o especialista, pode se dizer que uma simples descompactação já pode aumentar a capacidade de retenção de água de 10% a 30% dependendo do tipo de solo.
Nesse sentido, descompactação e cobertura vegetal são fundamentais para manter a umidade. “Solo compactado diminui drasticamente a capacidade de infiltração da água da chuva, assim como aumenta o escorrimento superficial das enxurradas, causando erosão e perdas de solo para os córregos, arroios e rios. Por isso, é de extrema importância descompactar adequadamente as lavouras e manter o solo coberto com vegetação, seja com alguma cultura comercial ou com plantas de cobertura”, recomenda.
CAPACITAÇÃO
Visando capacitar os 183 orientadores dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a equipe de agronomia da CBT vêm realizando treinamentos práticos em propriedades das sete regiões em que atua para promover conscientização ambiental e extensão dos conhecimentos aos produtores da CBT nos 162 municípios que atua. O treinamento consiste em avaliação do solo, equipamentos e práticas de descompactação e preparo de camalhões, uso de plantas de cobertura de verão e de inverno.