A safra de tabaco 2021/2022 entra na contabilização final e aponta para números históricos. Em Venâncio Aires a produção das lavouras movimentou só neste ano mais de R$ 263,9 milhões. O resultado no Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA), acompanhado pela Emater/Ascar, é o melhor desde o início da série histórica em 2005. Tamanha movimentação neste ano se deve a demanda pelo produto e aquecimento do mercado internacional.
Se comparado ao resultado da safra anterior (2020/21), houve crescimento de 51,9%. Todo esse crescimento também foi verificado pelo produtor rural. A área plantada e a produção não acompanharam essa evolução, o resultado se deve a valorização do produto, no momento da compra.
Para o engenheiro agrônomo e chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, os números refletem o movimento de mercado e a demanda pela produção na safra atual. “O mercado externo teve demanda, o que resultou nesse aumento de receitas com o tabaco.” Apesar do crescimento em receitas com o tabaco, Fin destaca que as demais culturas agrícolas de Venâncio Aires ainda deverão entrar nas contas do VBPA. “Suínos, leite, bovinos, aves, mel, muitos produtos ainda serão contabilizados. Possivelmente o valor da produção agrícola será superior aos R$ 413 milhões de 2021,” explica.
Atualmente, no acumulado do ano, as receitas agrícolas de Venâncio Aires movimentaram R$ 390,9 milhões, deste total, 67,5% são oriundos do tabaco. Entretanto, este percentual deve reduzir, com a contabilidade de outras culturas agrícolas do município. Ao longo de 2021 o tabaco representou 42,9% do total de riquezas geradas pelo campo. A expectativa da Emater é de manter estes percentuais com a cultura ao longo de 2022.
PRODUTOR
Segundo dados da Afubra, no Sul do Brasil a produção de tabaco registrou queda de 9,38%, passou de 628.489 toneladas (safra 2020/21), para 569.539 toneladas. Apesar da redução, a associação aponta para crescimento médio de 63,9% nos valores pagos por quilo para tipo virgínia, o principal na produção brasileira. Passou de R$ 10,54 para R$ 17,28 na atual safra. O Rio Grande do Sul teve o maior preço pago por quilo, fechou a safra atual com R$ 17,61, aumento de 66,1% frente à safra passada.
NO PAÍS
Com o crescimento dos valores pagos pelo tabaco na região Sul, as receitas geradas pela produção no PIB Agropecuário do país podem alcançar os R$ 9 bilhões. Os valores ainda estão sendo calculados por entidades ligadas ao Ministério da Agricultura. A expectativa é de crescimento superior aos 40%, se comparado ao resultado da safra 2020/2021, que movimentou no VBP do Brasil mais de R$ 6,6 bilhões em receitas.
Com a projeção do resultado, o tabaco deve se consolidar entre as 20 principais culturas produtivas do Brasil, entre a 14ª e 16ª posição. O levantamento é liderado pela soja, que sozinha movimenta mais de R$ 351 bilhões. O PIB Agrícola do país deve movimentar ao longo de 2022 mais de R$ 1,2 trilhão.